Joaquim Barbosa admite ter buscado ganho fiscal com offshore
Ex-presidente do STF usou o Twitter para se defender das acusações de sonegação fiscal no escândalo da Mossack Fonseca
Potencial candidato à presidência da República em 2018, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa usou o Twitter para se defender das acusações de sonegação fiscal, depois que seu nome apareceu no listão do Panamá, com os clientes do escritório Mossack Fonseca.
Barbosa disse que pagou US$ 335 mil pelo seu apartamento em Miami, com recursos oriundos do seu trabalho, mas admitiu que abriu duas empresas offshore em paraísos fiscais – e não apenas uma – em busca de benefícios tributários.
"Mas respondo: sou sim proprietário de um bonito apartamento de 73 m² na cidade de Miami, Flórida", escreveu Joaquim Barbosa em seu perfil oficial. "Para essa finalidade, tornei-me titular de duas pessoas jurídicas estrangeiras. As razões são óbvias: fiscais e sucessórias."
Razões fiscais e sucessórias são um eufemismo para a mesma questão: pagar menos impostos. Empresas offshore, registradas em paraísos fiscais, pagam menos tributos do que cidadãos que adquirem imóveis como pessoas físicas. Além disso, não pagam impostos de transmissão de heranças – o que coloca JB numa posição desconfortável para quem poderia se vender ao público como uma alternativa moralizante na política.
Comprado ou doado?
No Twitter, Barbosa disse ainda que o dinheiro para a compra do imóvel saiu de sua conta no Banco do Brasil, mas não apresentou provas da transação.
A reportagem do jornal Miami Herald afirma, no entanto, que Barbosa pode ter ganho o apartamento num condomínio de luxo e diz que sua transação foi totalmente inusual. O jornal chega a essa conclusão porque não houve pagamento de nenhum imposto na transferência. O Miami Herald faz a ressalva de que o vendedor apresentou a cópia de um contrato com pagamento em espécie de US$ 335 mil.
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