sábado, 19 de abril de 2008

O Caso Isabella Nardoni




Por que Isabella, esta pequenina que vigorosa veio ao mundo e tão tragicamente dele se foi, deve ser alvo de uma disputa insana por audiência nos grandes e pequenos setores da mídia? Eu me pergunto – embora Mestre Néscio seja – por que estes que se dizem livres para noticiar (liberdade de imprensa pressupõe responsabilidade, não a voracidade do lucro e o intempestivo prazer de se beneficiar com a dor alheia) não se comedem em veicular o desenrolar das investigações de forma serena, sensata, profissional?

Mesmo que Mestre Néscio seja e não entenda nada de audiência e de lucro midiático, não posso concordar com a falta de ética e profissionalismo. Eu, na minha nescidade, não compreendo como se achincalham, a partir de um fato doloroso como este, pessoas que nem participaram do evento: os pais e familiares de Alexandre Nardoni, os pais e familiares de Anna Carolina Trotta Jatobá. E o que é mais grave: não respeitam a dor uterina de uma MÃE – Ana Carolina Cunha de Oliveira – que embalou, em seu ventre, a pequena Isabella!

Pergunto, na minha nescidade, como empresas de comunicação dêem notoriedade sensacionalista a um caso que deve ter sua notoriedade pela violência contra uma pessoinha indefesa e não pelo achincalhe, deboche e sanha por lucros.

Que, quem envolvido esteja, seja apontado, julgado e condenado pela atrocidade perpetrada. Isto é papel das autoridades policiais e do judiciário (no meu entender de Mestre Néscio). À mídia cabe apurar os fatos de forma responsável e digna da função social que lhe foi definida. Informar não se coaduna com prejulgar e promover a desgraça de outro por puro esmero doentio e ensejado por objetivos comerciais.

A mim me parece, Mestre Néscio como sou, que a comoção que tomou conta do país tem uma origem cáustica: o mercantilismo da informação. Tem a ver com o papel que certos atores sociais desempenham (Se fosse uma negrinha atirada da calçada de uma favela qualquer? Que sensacionalismo existe nisso? Por que a mídia haveria de se interessar por este fato banal?). A minha comoção advém da crueldade feita a esta criança, fosse ela negra, indígena ou branca como era a pequena Isabella. Deixemos que a polícia apure e que a justiça julgue.


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