sábado, 4 de abril de 2009

Resistência Atávica...





“ESSE É O CARA!”

Que sai de uma região castigada pelas intempéries naturais, pela delinquência de poderosas oligarquias e trilha um caminho de resistência e de vontade de que o mundo possa, um dia, vir a ser diferente... Mais solidário... Melhor!


“ESSE É O CARA!”

Que faz soar, nos ouvidos de todos, um atávico humanismo do Sertão (Ser-Tão!).


“ESSE É O CARA!”

Que, disputando eleições corrompidas pelo preconceito e pela intolerância das elites dominantes e manipuladoras (perdera em 1989 para Fernando Collor; em 1994 e 1998 para o ex-príncipe da sociologia brasileira, FHC), não se curvou e não permitiu que o tratassem como um anômalo, um sem-dedo, um apedeuta (versão intelectualizada do preconceito e da intolerância emanados das elites dirigentes deste país).


“ESSE É O CARA!”

Que, diante de uma política perdida "no labirinto da falta de alternativas para um sistema decadente, o capitalismo neoliberal (...) desponta como uma voz lúcida e realista", e afirma que "os países ricos são os culpados pelos males da humanidade" e faz serena crítica à "elite de Wall Street" (aquela que quebrou a espinha dorsal da economia mundial com seu modelo mesquinho e segregador).


“ESSE É O CARA!”

De quem bem fala Barack Obama (o presidente da mais poderosa nação do mundo).


“ESSE É O CARA!”

De quem fala o jornalista, consultor e autor Francisco Viana em sua avaliação sobre a performace de Luiz Inácio LULA da Silva em meio à maior crise produzida pelo capitalismo neoliberal. Que a alma daqueles (PIG e a decadente Elite dominante deste país) seja tomada pelo mesquinho sentimento da inveja. Que ela, a infame dita-cuja intelectualidade brasileira, pergunte-se: O que fizemos de errado? Por que esse nordestino, LULA, brilha tanto?!?! Por que dizemos que ele , LULA, é um "bobo na Corte e da Corte" quando ele, LULA, não é e nem nunca será o incompetente que queríamos que fosse?!?! E eu vou esperar até a morte que ela, a infame elite nacional, encontre a resposta... Eu já sei...


Íntegra da análise de Francisco Viana no Terra Magazine:


No momento em que a política se perde no labirinto da falta de alternativas para um sistema decadente, o capitalismo neoliberal, o presidente Lula desponta como uma voz lúcida e realista. Ele analisa: os países ricos são os culpados pelos males da humanidade; critica a elite de Wall Street, fala sem meias palavras. Enfim, coloca o dedo na ferida: o neoliberalismo fracassou. Foi um dos maiores engodos da história da humanidade.

É verdade. Não há intolerância nas palavras do presidente. Elas soam como cristalina realidade. Tanto que Obama foi o primeiro a dizer sobre Lula: "Esse é o cara". A informalidade tem duplo significado: reconhece Lula como um igual; valoriza o discurso do presidente brasileiro. O neoliberalismo criou um mundo de aparências, que ilude com o discurso da liberdade. Mas, na prática, a liberdade existe apenas para o capital, que dita as regras, concentra a renda e condena a ética ao ostracismo. É a racionalização da irracionalidade. A frase é de Marcuse e foi dita ainda na década de 60 quando a sociedade unidimensional - carente do elemento crítico - começou a ser modelada.

Lula tem lançado luzes sobre esse dramático ambiente. Estilhaça o monocórdio discurso institucional. Jamais - e essa é a realidade histórica - o Brasil foi protagonista da cena política internacional. Sempre foi coadjuvante. Agora é o presidente americano quem reconhece: Lula, "o cara", é o político mais popular do mundo. Não há racismo algum na sua fala ao lembrar que a crise é de responsabilidade da elite branca de Wall Street. Longe de acender a fogueira dos preconceitos, [LULA] quis dizer apenas que não foram os excluídos que acenderam o estopim do drama, mas, sim, os seus próprios artífices - os países ricos.

A novidade protagonizada por Lula é que ele transmite o seu discurso falando direto com a sociedade. A mídia reclama, gasta rios de tinta para ridicularizá-lo, mas se perde na própria inconsistência. Lula simboliza a razão dos fatos, não os fatos da razão. Parte da mídia tenta, sem êxito, fazer a sociedade acreditar que seu discurso é preconceituoso porque existem negros em meio aos brancos de Wall Street. Parece brincadeira. Soaria bem em seções de humor.

Por razão dos fatos entenda-se a realidade concreta. Por fatos da razão, a realidade construída artificialmente pela manipulação da realidade. Quando fala, Lula está tecendo o fio mais nobre da política: o exercício da palavra como elemento de transformação da realidade.

Foi o que fizeram os humanistas na transição da Idade Média para o Renascimento, entre os séculos XIV e XV, quando o homem (humanidade) e a sua capacidade de construir a vida foram trazidas para o centro do espaço público. Deixou-se para trás o carcomido. Enviabilizado discurso religioso que via no homem um ser decaído, carente de salvação, para vê-lo, como ele realmente é, sujeito da sociedade política. Não um objeto, um joguete nas mãos das elites ultrapassadas.

A Idade Média dos dias atuais é a sujeição das multidões aos interesses de uma minoria predatória que exerce seu domínio pela ideologia do capital, acondicionado no éter do consumo, no medo do desemprego e do terrorismo e numa estrutura política que aprisiona a palavra, se esta se erguer em favor de mudanças estruturais.

A fala do presidente Lula, nesse contexto, é renovadora. Aponta no rumo de um novo renascimento, da recriação do humanismo cívico. Os brasileiros precisam ver Lula para além dos resultados da economia. Com ele, a política tende a ganhar nova dimensão. Se Obama vier a ter a lucidez de Lula, os ricos, países ou indivíduos, poderão ser a redenção e não a praga do mundo.

Na transição da Idade Média para o Renascimento foi assim. Foi quando o liberalismo tradicional, aquele que precisa ser resgatado nas suas raízes mais profundas, começou a nascer junto com o republicanismo e as ideias socialistas. Foi a época em que o poder deixou de ser exercido por "direito" divino. Foi a época em que a sociedade despertou para a realidade da construção política da economia e começou a questionar o porquê da existência de ricos e pobres.

Hoje, o que está ruindo é o poder exercido em nome do deus dinheiro. É a máquina que faz da sociedade contemporânea livre para consumir, mas prisioneira de um modelo de vida e um sistema econômico que só colhe o que semeia: crises e mais crises. Repito: o Brasil precisa entender melhor o que o presidente Lula está dizendo.


Francisco Viana é jornalista, consultor de empresas e autor do livro Hermes, a divina arte da comunicação. É diretor da Consultoria Hermes Comunicação estratégica (e-mail: hermescomunicacao@mac.com)




2 comentários:

Yvy disse...

Belíssimo post, Afonso ! Parabéns !
Tenho certeza, que foi uma trajetória luminosa.
Lula merece este momento, fundamentalmente por seu amor aos menos favorecidos. Aos invejosos, cheios de preconceitos,cabe apagar à luz e sair.

Bjs.

Eurico disse...

É mesmo o cara. E não é o Conde! É o presidente e se quiser ficar voto no 3º mandato. Se não é Dilma ou quem ele indicar.

E não me venham dizer que voto pq sou nordestino. Ora essa! E pq votaria em um sudestino, voltado pro seu próprio umbigo! Não sou masoquista: voto com Lula e em Lula, se preciso for!
Abraço fraterno.

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