domingo, 26 de julho de 2009

Força, Felipe Massa!

Cirurgião do Hospital Albert Einstein indica necessidade de várias tomografias. Impacto forte só pode ser avaliado com exames

Segundo Milton Steinman, cirurgião do Hospital Israelita Albert Einstein especializado em trauma, o relato de que o piloto de Fórmula 1 Felipe Massa estava agitado e se movendo logo após o acidente de que foi vítima neste sábado durante os treinos para o GP da Hungria é um bom indício, mas é preciso aguardar a tomografia para avaliar a extensão de eventuais danos ao cérebro.

- Há situações em que a vítima fica agitada logo após o trauma e ainda assim, mais tarde, entra em coma.

Massa sofreu o acidente por causa de uma mola que se soltou do carro de Rubens Barrichello. A peça atingiu o capacete do piloto, e o capacete causou um corte na testa de cerca de oito centímetros, uma lesão na parte esquerda do crânio e uma concussão cerebral.

Concussão cerebral, explica o especialista, é um termo genérico adotado para descrever lesões que comprometem em algum grau - temporariamente - as funções neurológicas. É por isso que, manda a prática médica, as tomografias são repetidas para acompanhar de tempos em tempos o retorno de funções.

- Ocorrem nesses casos períodos curtos de perda da consciência ou da memória. Essa sequência de tomografias é fundamental para que se tenha certeza de que há uma recuperação neurológica - explica Steinman.

Massa passou logo depois do acidente por uma bem-sucedida cirurgia no Hospital Militar de Budapeste para a retirada de um fragmento ósseo. Ainda na avaliação do cirurgião do Einstein, as informações iniciais sobre o acidente são favoráveis. Quando o dano é maior, as lacunas de memória e consciência se tornam persistentes.

- Pelo que sabemos, a situação é benigna, o fato de o piloto estar agitado (como relatou seu colega Barrichello) é bom sinal. A questão é verificar se há, por exemplo, hemorragia intracraniana. O grande problema em acidentes desse tipo é que toda a desaceleração (no caso, de quase 200 km/h para zero) é transmitida para o corpo, é um impacto enorme, que até rompe o capacete.

O impacto teve cinco vezes a força de gravidade. Considerando que Massa tem cerca de 60kg, a pancada foi de 300kg. O coma induzido também faz parte dos procedimentos usuais.

- A praxe é induzir uma situação anestésica (fazer o paciente dormir) para deixar as funções neurológicas em repouso. Acordado, pode ter convlusões e dificuldades para respirar.


 
Seis semanas de molho

Para Dino Altmann, médico oficial do GP do Brasil e da Stock Car, o tratamento de um caso como o de Felipe Massa pode demorar até seis semanas.

- Depende muito de como ele responderá ao tratamento. Normalmente, leva de duas a seis semanas para uma boa recuperação. A superfície de contato é importante na transferência de energia. Quanto menor, mais forte é o impacto. Os capacetes são feitos para resisitir a altíssimas forças. Não só a parte de fora, mas o acolchoamento interno é feito para tentar impedir a transferência de energia para o cérebro. Foi um impacto bastante violento, mas por sorte não atingiu a massa encefálica. (Globo.com)

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