sexta-feira, 27 de novembro de 2009

PF flagra governador do DEM em atos de corrupção




ESCUTA FLAGRA ARRUDA ORIENTANDO DISTRIBUIÇÃO DE PROPINA

Gravações foram feitas pelo secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, após delação premiada



Policiais Federais vasculham o gabinete do presidente da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente (Dida Sampaio/AE)


SÃO PAULO - Trecho de escutas autorizadas pela Justiça flagram o governador do Distrito federal, José Roberto Arruda (DEM), orientando seu secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, sobre a distribuição de propina a parlamentares e integrantes do governo. Amparado pela Polícia Federal, Durval Barbosa trabalhou infiltrado no governo de Arruda após acordo de delação premiada para reduzir pena por participação em operações de corrupção no governo de Joaquim Roriz.

Ex-policial, Durval trabalha há meses com equipamento de escuta sob as roupas e conseguiu captar diversas conversas que baseiam o inquérito sob coordenação do juiz Fernando Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Numa das conversas transcritas no inquérito da operação Caixa de Pandora, deflagrada pela PF nesta sexta-feira, 27, Arruda diz a Durval para entregar R$ 400 mil a Maciel (José Geraldo Maciel, Chefe da Casa Civil do governo do DF), para pagamento da "base aliada".

Ainda segundo o inquérito, outros R$ 200 mil seriam somados a propina inicial, elevando o total para R$ 600 mil. O esquema descrito em inquérito do Superior Tribunal de Justiça (STJ) consta em expediente subscrito pelo delegado da PF Alfredo José de Souza Junqueira.

O inquérito aponta ainda a origem do dinheiro: segundo a investigação da PF, os R$ 600 mil saíram do cofre de quatro empresas que prestam serviços ao governo do Distrito Federal. São elas: Infoeducacional, Vertax, Adler e Linkenet.

A operação produziu ainda informações que comprometem o secretário de Educação do Distrito Federal, José Valente. Com ajuda de Durval Barbosa, foi apurado que Valente teria recebido R$ 60 mil da empresa Infoeducacional e repassado para o esquema que movimentou, em alguns dias, R$ 600 mil em propinas.

Também fazem parte do esquema, segundo as mesmas informações, Domingos Lamoglia, membro do Tribunal de Contas do Distrito Federal, e o empresário Gilberto Lucena, dono da empresa Linknet Tecnologia e Comunicações Ltda - este, citado diversas vezes. Uma dessas citações indica que Lucena encaminhara R$ 34 mil a Durval, após ter seu crédito de R$ 34 milhões reconhecido pelo Governo do Distrito Federal. Ou seja, para liberar seu crédito junto ao GDF, o empresário pagou 10% a Durval Barbosa. (Estadão)


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