O caso Cesare Battisti é, além de um teste privilegiado para se saber se a democracia, no Brasil, já conseguiu efetivamente fincar alguma relação real com a nossa história, uma ocasião que pode nos ensinar, de modo igualmente privilegiado, algumas lições sobre o significado do fascismo, bem como de sua sempre alegada ausência no Brasil e nos dias que correm, mundo afora, como na Itália de Berslusconi. Que a homenagem que o atual ministro da Defesa italiano prestou aos soldados fascistas de Mussolini no ano passado sirva para desfazer enganos quanto à natureza do compromisso democrático do atual Executivo italiano. Um texto memorável de Umberto Eco ilumina este debate.
Redação - Carta Maior
Há duas palavras cujo uso abundante contrastam de modo radical com seu alto grau de importância: são elas a democracia e o fascismo. Esta última palavra tem frequentado menos o noticiário do que deveria, talvez pense alguém realmente comprometido com a democracia. Já a palavra democracia abunda tanto como se esvazia de qualquer relação com a realidade, sobretudo na perspectiva monolítica da imprensa das grandes famílias do Brasil. O caso Cesare Battisti é, além de um teste privilegiado para se saber se a democracia, no Brasil, já conseguiu efetivamente fincar alguma relação real com a nossa história, ocasião que pode nos ensinar, de modo igualmente privilegiado, algumas lições sobre o significado do fascismo, bem como de sua sempre alegada ausência no Brasil e nos dias que correm, mundo afora, como na Itália de Berslusconi.
Carta Maior decidiu pela democracia desde o seu nascimento. E é esse compromisso que nos faz remeter o extraordinário texto de Umberto Eco, sobre o "Ur-Fascismo", produzido originalmente para uma conferência proferida na Universidade Columbia, em abril de 1995, numa celebração da liberação da Europa. Talvez algum desaviso leve alguém a suspeitar que a comparação ou o mero uso do termo fascismo, para acusar os algozes de Battisti, no imbróglio da extradição seja exagero, um despropósito histérico e paranóico. Que a homenagem que o atual ministro da Defesa italiano prestou aos soldados fascistas de Mussolini no ano passado sirva então para desfazer enganos quanto à natureza do compromisso democrático do atual executivo italiano.
Se não, que esta aula magna sobre a história conceitual e social do fascismo possa servir como registro da importância de não se brincar com palavras, para esvaziar seu sentido, sacrificando vidas e rompendo com a verdade. Uma boa leitura.
Para ler o texto de Umberto Eco na íntegra, clique AQUI
Carta Maior decidiu pela democracia desde o seu nascimento. E é esse compromisso que nos faz remeter o extraordinário texto de Umberto Eco, sobre o "Ur-Fascismo", produzido originalmente para uma conferência proferida na Universidade Columbia, em abril de 1995, numa celebração da liberação da Europa. Talvez algum desaviso leve alguém a suspeitar que a comparação ou o mero uso do termo fascismo, para acusar os algozes de Battisti, no imbróglio da extradição seja exagero, um despropósito histérico e paranóico. Que a homenagem que o atual ministro da Defesa italiano prestou aos soldados fascistas de Mussolini no ano passado sirva então para desfazer enganos quanto à natureza do compromisso democrático do atual executivo italiano.
Se não, que esta aula magna sobre a história conceitual e social do fascismo possa servir como registro da importância de não se brincar com palavras, para esvaziar seu sentido, sacrificando vidas e rompendo com a verdade. Uma boa leitura.
Para ler o texto de Umberto Eco na íntegra, clique AQUI
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