Por Andre Balocco
Foi apenas um trailer, mas o suficiente para que eu me emocionasse. Ali, na telona, diante de mim, estava a saga de um brasileiro. Nordestino, retirante, semi-analfabeto, com o pai alcoólatra, criado junto a uma multidão de irmãos pela mãe, que suava bicas para manter a dignidade da família. E aquele homem ali retratado foi, pouco a pouco, subindo na vida, desafiando o sistema e se impondo. Não, não estou falando dos milhões de Severinos que inundaram as cidades grandes com sua mão de obra barata e deram sustento ao milagre econômico da ditadura no 'Sul Maravilha', como Henfil bem denominou os 'paraíbas' e 'baianos' que por aqui aportaram. Estou falando de Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Brasil.
É inegável que sua trajetória de vida - sem entrar no mérito da política - é extremamente representativa. Senão, vejamos a identificação deste homem com o povo brasileiro.
Seu pai aparece, no breve resumo de 'Lula, o filho do Brasil', como um alcoólatra que ignora a esposa e ameaça bater nos filhos. Qualquer semelhança com os jovens que abarrotam as senzalas modernas de hoje em dia (ou favelas, se preferirem) não é mera coincidência...
Sua mãe tem de criar os filhos sozinhos e, guerreira que é, os enfiou num pau de arara para, em São Paulo, lavar roupa e fazer trabalho de doméstica. Se identifica? Lembra daquela 'paraíba' que sequer sabia falar e que fazia aqueles pasteizinhos maravilhosos em sua casa...
Sua única chance de trabalho, já que sua escolaridade é baixa, reside em entrar numa das escolas que a indústria (ainda) mantém para formar mão de obra com um mínimo de especialização para manusear seus equipamentos...
No trabalho, sofre um acidente e tem de se aposentar por invalidade. Ainda não se identificou? Lembra-se daqueles homens que ficam deitados, estirados nas ruas pedindo dinheiro? Pois é...
Mas Lula não se acomodou com o destino medíocre. Contra tudo e contra todos, desafiou a Ditadura, pôs a cara a tapa, paralisou o ABC e fez os militares ruirem de podre. Sem pegar numa única arma!
Estou ansioso pela estreia deste filme. Cansei de ver a saga de herois norte-americanos, louros e brancos de olhos azuis, incapazes de gerirem a fome - seja ele de alimentos, de cultura, de vida.
Quero assistir a Lula, quero assitir a um brasileiro!
(JB On Line)
Foi apenas um trailer, mas o suficiente para que eu me emocionasse. Ali, na telona, diante de mim, estava a saga de um brasileiro. Nordestino, retirante, semi-analfabeto, com o pai alcoólatra, criado junto a uma multidão de irmãos pela mãe, que suava bicas para manter a dignidade da família. E aquele homem ali retratado foi, pouco a pouco, subindo na vida, desafiando o sistema e se impondo. Não, não estou falando dos milhões de Severinos que inundaram as cidades grandes com sua mão de obra barata e deram sustento ao milagre econômico da ditadura no 'Sul Maravilha', como Henfil bem denominou os 'paraíbas' e 'baianos' que por aqui aportaram. Estou falando de Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Brasil.
É inegável que sua trajetória de vida - sem entrar no mérito da política - é extremamente representativa. Senão, vejamos a identificação deste homem com o povo brasileiro.
Seu pai aparece, no breve resumo de 'Lula, o filho do Brasil', como um alcoólatra que ignora a esposa e ameaça bater nos filhos. Qualquer semelhança com os jovens que abarrotam as senzalas modernas de hoje em dia (ou favelas, se preferirem) não é mera coincidência...
Sua mãe tem de criar os filhos sozinhos e, guerreira que é, os enfiou num pau de arara para, em São Paulo, lavar roupa e fazer trabalho de doméstica. Se identifica? Lembra daquela 'paraíba' que sequer sabia falar e que fazia aqueles pasteizinhos maravilhosos em sua casa...
Sua única chance de trabalho, já que sua escolaridade é baixa, reside em entrar numa das escolas que a indústria (ainda) mantém para formar mão de obra com um mínimo de especialização para manusear seus equipamentos...
No trabalho, sofre um acidente e tem de se aposentar por invalidade. Ainda não se identificou? Lembra-se daqueles homens que ficam deitados, estirados nas ruas pedindo dinheiro? Pois é...
Mas Lula não se acomodou com o destino medíocre. Contra tudo e contra todos, desafiou a Ditadura, pôs a cara a tapa, paralisou o ABC e fez os militares ruirem de podre. Sem pegar numa única arma!
Estou ansioso pela estreia deste filme. Cansei de ver a saga de herois norte-americanos, louros e brancos de olhos azuis, incapazes de gerirem a fome - seja ele de alimentos, de cultura, de vida.
Quero assistir a Lula, quero assitir a um brasileiro!
(JB On Line)
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