Tucanos temem que escândalo envolvendo principal aliado atrapalhe planos do partido
Os efeitos do escândalo envolvendo o governador José Roberto Arruda, que colocou o DEM no olho do furacão, já começam a ser sentidos nos planos da oposição para 2010. O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), um dos pré-candidatos à Presidência no ano que vem, foi o primeiro a defender que o PSDB amplie o leque de alianças para a sucessão. Fontes tucanas ouvidas pelo R7 admitem que o partido, tradicional parceiro do DEM, teme que a permanência de Arruda nos quadros do partido arranhe o seu “projeto de nação”: voltar ao Palácio do Planalto.
O cientista político da UnB (Universidade de Brasília) David Fleischer também acredita que o medo dos tucanos é que o mensalão “espirre” no partido, já que o argumento de pendurar o escândalo no “pescoço do partido” cai por terra com as novas denúncias envolvendo a oposição.
- Os tucanos estão apavorados e o DEM mais ainda. Os outros partidos envolvidos de raspão, como PPS, PDT e PSB, abandonaram o navio afundando e as alianças não ficam definidas.
Marco Antonio Villa, da Ufscar (Universidade Federal de São Carlos) avalia que se o DEM não expulsar Arruda e se aliar com o PSDB a oposição, liderada pelo PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vai adotar a bandeira do “todo mundo fez”, em referência ao mensalão que derrubou a cúpula petista em 2005.
- A idéia em 2010 é tentar dizer o seguinte: todos são envolvidos na corrupção. O Arruda é excelente cabo eleitoral da candidatura Dilma, ele ajudou a impedir que a oposição possa usar a bandeira da luta contra a corrupção.
O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), discorda da tese de que o mensalão que colocou seu partido no olho do furacão balance a aliança nacional com os tucanos.
- Não tem nada a ver. Estamos cuidando de uma questão interna do DEM. A aliança é com o PSDB e com os outros partidos. Estamos querendo passar o partido a limpo.
Do outro lado, no PT, o presidente do partido de Lula, Ricardo Berzoini, diz que ainda é cedo para saber se o escândalo envolvendo o principal aliado dos tucanos pode interferir nas alianças do ano quem vem.
- As denúncias mostraram que o discurso da oposição de moralidade é hipócrita. O PSDB tem muitos pontos fracos, como a própria Yeda [Crusius] no Rio Grande do Sul.
A governadora gaúcha escapou de um processo de impeachment em outubro por suspeita de envolvimento no desvio de recursos do Detran do seu Estado. O pedido foi arquivado na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. (Portal R7)
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