Em entrevista ao Jornal do Brasil, o vice-presidente da República, José Alencar, falou sobre eleições, economia, sua luta contra o câncer, a possibilidade de se candidatar a senador e se emocionou, com a homenagem de uma procuradora aposentada de São Paulo. Segundo Alencar, hoje os empresários são a favor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Confira trechos da entrevista:
JB - O senhor acredita que hoje o empresariado brasileiro, que tinha aversão a Lula, sabe reconhecer o mérito dessas conquistas, e as atribui ao governo?
Alencar - Eu digo que o prestígio do presidente Lula junto às classes produtores sérias do Brasil é muito grande. Eu digo que eles hoje são intransigentes a favor do Lula.
JB - Eles preferem o governo do PT a um eventual governo do José Serra, do PSDB?
Alencar - Sim, porque se eles querem a continuidade do trabalho feito pelo presidente Lula, é natural que eles deem força ao candidato apoiado por ele.
JB - O PSDB é tido como um partido das elites. O que foi decisivo para que houvesse essa inversão?
Alencar - Você coloca a questão meio ideológica. É aquela história, depois que o Den Xiaoping pronunciou aquela metáfora importante, acabou criando um regime na China sui generis: "não importa a cor do gato, o que importa é que ele cace o rato". Então os cientistas políticos traduziram o que ele queria dizer: "não importa a coloração ideológica, o que importa é o bem comum". Aquela resistência que antes poderia haver nas classes produtoras em relação ao Lula, considerando que ele era um líder sindical, isso acabou, porque hoje ele prestigia quem trabalha e quem produz.
JB - O senhor representou em 2002 a adesão de parte do empresariado à candidatura de Lula. Acredita que a indicação de Meirelles para vice de Dilma poderia exercer papel semelhante oito anos depois?
Alencar - Naturalmente que isso vai envolver também a questão partidária, porque isso pressupõe um acordo partidário. Gosto muito do PMDB, fui membro do PMDB, mas eu não posso entrar nisso. Isso é um assunto que não me cabe.
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