O jornalista e “âncora” Bóris Casoy parece ter atingido o seu apogeu com as declarações preconceituosas contra dois garis que participavam das vinhetas de "boas entradas de ano" veiculadas pela BAND. Embora grande parte da mídia tenha tratado o fato com frieza, acriticismo e certa cumplicidade, a Blogosfera o repercutiu de forma enfática, ora reproduzindo o episódio simplesmente, ora fazendo severas críticas não só à atitude do apresentador, como também à própria BAND, exigindo desta uma punição severa para Bóris Casoy.
A Blogosfera fez o seu papel ao rechaçar o comportamento desprezível de um sujeito que, até então, fazia ecoar seu halo de homem virtuoso, justo e implacável com os desmandos da vida política nacional, sobretudo. O que sobra do bordão “Isso é uma vergonha!”? O que resta agora não é outra coisa a não ser o uso de uma frase de efeito dita por alguém que carrega dentro de si a arrogância e o desprezo pelo outro. A frase, se expressada por Bóris, não tem mais vida... Ela morreu.
Mas ainda há algo que a Blogosfera precisa discutir urgentemente. Refiro-me à origem de todo o episódio e às conseqüências gravíssimas que podem atingir quem contribuiu, decerto involuntariamente, para que o fato fosse repercutido. Refiro-me ao operador de áudio ou técnico com esta função. Será que Bóris o tratou com amabilidades? Exigiu a cabeça do funcionário incompetente e pertencente a uma escala de trabalho inferior à escala a que pertence o “âncora”? Temo que este trabalhador já não esteja mais no quadro funcional da Band. Por que ele não haveria de estar? Simples: ele causou danos terríveis à imagem da emissora, quando possibilitou que um outro funcionário mais graduado, como é o caso do Bóris Casoy, revelasse os seus sentimentos mais íntimos de desprezo por certa classe social, ofendendo torpemente quem dela faz parte.
A proposta de inclusão que a Band quis mostrar com a participação dos garis foi maculada e perdeu essência com a falha do descuidado técnico de áudio. Foi ele a ponte que deu vazão aos comentários preconceituosos do jornalista e apresentador Bóris Casoy e como tal deve ser advertido, sim. Vale dizer que a advertência é um mecanismo justo porque houve um falha que comprometeu a emissora diante de seu público. A advertência deriva, então, de uma FALHA TÉCNICA. Já quanto a Bóris Casoy, o afastamento é a única saída, caso a BAND não deseje ver o seu programa jornalístico perder a credibilidade que já vem sendo arranhada pela parcialidade com que trata determinados fatos políticos. O afastamento, no caso de Bóris deriva, então, de uma FALHA MORAL, pois tem a ver com a falta de respeito ao outro e às diferenças existentes na arquitetura social.
*Editor-geral do Terra Brasilis.
2 comentários:
Excelente postagem, professor. Como diria em bom nordestines: falha tecnica é o cacete!
Caro Cumpadi Carlinhos Medeiros! Bom dia!
Ainda bem que você concorda com o ponto de vista. Falha técnica é falha técnica. A questão é que esta falha é suplantada quando se está diante de uma outra falha mais grave: a falha moral exposta pelo senhor Bóris Casoy.
Abraçã e bom domingo!
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