O inferno astral azul e amarelo

Antes de começar quero adiantar que sou químico e agnóstico, e por conseqüência disso costumo dar nenhuma importância para previsões astrológicas, cabalísticas, numerológicas ou qualquer outra forma de associar fatos que acontecem na vida real com a posição dos astros e a paranormalidade, portanto quem veio esperando que fossemos fazer o mapa astral dos tuco-demos e fazer previsões para as eleições desse ano pode desistir já aqui no primeiro parágrafo, porque aqui vamos apenas analisar os fatos mais recentes. Conosco você não vai ter nunca a surpresa de acompanhar títulos que são desmentidos pela matéria, isso é coisa do PIG.

A situação dos partidos de oposição vem se complicando seriamente desde o último trimestre do ano passado quando as previsões passaram a apontar crescimento vigoroso da nossa economia para esse ano, tirando da oposição um dos poucos coelhos da cartola, que seria atacar o governo que não conteve a crise. Disputar contra um presidente super bem avaliado, menina dos olhos da mídia internacional, já é uma situação complicada para qualquer oposição em qualquer lugar do mundo, fazer isso com a população satisfeita com a economia bombando, com menos desemprego, é sempre muito mais difícil.

Se já não bastasse enfrentar um governo bem avaliado e com a economia aquecida, a oposição perdeu novamente o discurso da ética. Já no episódio da crise do Senado, mesmo com toda a proteção da imprensa partidária, os maiores atingidos com as denúncias foram políticos dos partidos de oposição, inclusive alguns ex-vestais. No campo do poder executivo, DEM e PSDB sangram com governadores no olho do furacão político, acusados de corrupção e escrachados perante a verdadeira opinião pública, e o desgaste desses processos vão se arrastar durante todo esse ano e vai levar para as eleições um constrangimento profundo para a oposição tratar do assunto corrupção.

Além disso, o mês de janeiro tem sido de desgaste intenso para o governador tucano de São Paulo e para o seu pupilo prefeito da capital paulista, porque os alagamentos freqüentes expõem uma incapacidade para resolver problemas crônicos do estado e da sua capital, mesmo depois de sucessivas administrações ligadas a esses partidos. Há uma diferença muito grande entre o choque de gestão propalado através da imprensa e a prática, onde não se mostram capazes nem para gerir um pequeno clube de futebol de terceira divisão.

O golpe final pode vir nas eleições desse ano, com a perda de governos de estados e representação no congresso e câmaras estaduais, além do que se perderem as eleições presidenciais esse ano a perspectiva para voltarem nos próximos 12 anos fica bem reduzida. Rumores não confirmados afirmam que Lula trabalha contra a reeleição de alguns senadores, principalmente quem lhe fez oposição figadal, mas não podemos confirmar a veracidade dessa afirmação, mas se for verdade o presidente tem cacife para aposentar algumas malas do senado.

A sangria desatada na representação desses partidos na política nacional vai seguindo sem estancar desde 2002, e a perda de representação segue uma trajetória crescente e regular. Se seguirem assim podem até virar nanicos em algumas eleições. É a decadência de um projeto político fracassado que foi e é ainda bancado pela imprensa.

Quem falava em favoritismo de Serra nas eleições desse ano teve que colocar as barbas de molho depois da divulgação da última pesquisa Band/Vox Populi que mostra outra queda de Serra e nova subida de Dilma, evidenciando que o X que a Dilma vai dar no candidato tucano está prestes a acontecer.

O inferno astral azul e amarelo só está começando.

Postado por LEN (Co-editor do Terra Brasilis)

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