O Ministro Joaquim Barbosa nada mais faz do que corroborar a avaliação que o povo faz do judiciário na pequena entrevista abaixo. Na wikipedia pode-se ler um pouco de sua notável biografia. Não será surpresa se o PIG, tucanodemos, FIESP/DASLU, trogloditas golpistas e torturadores de plantão tentarem ‘impixar’ o Ministro que não é branco e nem tem olhos azuis. Ah! sim, na genealogia do Ministro não há sinais de sangue nobre europeu.
A justiça brasileira não passa de uma matriz de um clube fechado, só acessível a ricos e poderosos, com franquias espalhadas pelo país. Há exceções, que o Ministro Joaquim Barbosa representa com muita dignidade. Ainda assim, são acossados, tal como o Juiz De Sanctis que virou réu no processo contra o escroque Daniel Mendes.
A justiça está nua, a toga não consegue mais esconder o padrão que nos países ditos civilizados é só desvio.
A justiça do país é um só aleijão.
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'O Judiciário teria de ser reinventado'
Ministro do STF diz que juízes têm responsabilidade pelo aumento da corrupção
O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), há dois anos ganhou notoriedade por relatar o processo do mensalão do PT e do governo Lula. Em 2009, convenceu os colegas a abrir processo contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) para apurar se ele teve participação no mensalão do PSDB mineiro. Em entrevista ao GLOBO, Joaquim não quis comentar o mensalão do DEM, que estourou recentemente no governo de José Roberto Arruda, do Distrito Federal. Mas deixou clara sua descrença na política e sua dificuldade para escolher bons candidatos quando vai votar. E o ministro, de 55 anos, não poupou nem os tribunais: "O Judiciário tem uma parcela grande de responsabilidade pelo aumento das práticas de corrupção em nosso país".
JOAQUIM BARBOSA, ministro do STF: "O Poder Judiciário tem uma parcela grande de responsabilidade pelo aumento da corrupção"
Entrevista a Carolina Brígido – o grobo
Por que aparecem a cada dia mais escândalos envolvendo políticos? A corrupção aumentou ou as investigações estão mais eficientes?
JOAQUIM BARBOSA: Há sim mais investigação, mais transparência na revelação dos atos de corrupção. Hoje é muito difícil que atos de corrupção permaneçam escondidos.
O senhor é descrente da política?
JOAQUIM: Tal como é praticada no Brasil, sim. Porque a impunidade é hoje problema crucial do país. A impunidade no Brasil é planejada, é deliberada. As instituições concebidas para combatê-la são organizadas de forma que elas sejam impotentes, incapazes na prática de ter uma ação eficaz.
A quais instituições o senhor se se refere?
JOAQUIM: Falo especialmente dos órgãos cuja ação seria mais competente em termos de combate à corrupção, especialmente do Judiciário. A Polícia e o Ministério Público, não obstante as suas manifestas deficiências e os seus erros e defeitos pontuais, cumprem razoavelmente o seu papel. Porém, o Poder Judiciário tem uma parcela grande de responsabilidade pelo aumento das práticas de corrupção em nosso país. A generalizada sensação de impunidade verificada hoje no Brasil decorre em grande parte de fatores estruturais, mas é também reforçada pela atuação do Poder Judiciário, das suas práticas arcaicas, das suas interpretações lenientes e muitas vezes cúmplices para com os atos de corrupção e, sobretudo, com a sua falta de transparência no processo de tomada de decisões. Para ser minimamente eficaz, o Poder Judiciário brasileiro precisaria ser reinventado.
Qual a opinião do senhor sobre os movimentos sociais no Brasil?
JOAQUIM: Temos um problema cultural sério: a passividade com que a sociedade assiste a práticas chocantes de corrupção. Há tendência a carnavalizar e banalizar práticas que deveriam provocar reação furiosa na população. Infelizmente, no Brasil, às vezes, assistimos à trivialização dessas práticas através de brincadeiras, chacotas, piadas. Tudo isso vem confortar a situação dos corruptos. Basta comparar a reação da sociedade brasileira em relação a certas práticas políticas com a reação em outros países da America Latina. É muito diferente.
Como deviam protestar?
JOAQUIM: Elas deviam externar mais sua indignação.
É comum vermos protestos de estudantes diante de escândalos.
JOAQUIM: O papel dos estudantes é muito importante. Mas, paradoxalmente, quando essa indignação vem apenas de estudantes, há uma tendência generalizada de minimizar a importância dessas manifestações.
A elite pensante do país deveria se engajar mais?
JOAQUIM: Sim. Ela deveria abandonar a clivagem ideológica e partidária que guia suas manifestações.
O próximo ano é de eleições. Que conselho daria ao eleitor?
JOAQUIM: Que pense bem, que examine o currículo, o passado, as ações das pessoas em quem vão votar.
Quando o senhor vota, sente dificuldade de escolher candidatos?
JOAQUIM: Em alguns casos, tenho dificuldade. Sou eleitor no Rio de Janeiro. Para deputado federal, não tenho dificuldade, voto há muito tempo no mesmo candidato. Para governador, para prefeito, me sinto às vezes numa saia justa. O leque dos candidatos que se apresenta não preenche os requisitos necessários, na minha opinião. Não raro isso me acontece. Não falo sobre a eleição do ano que vem, porque ainda não conheço os candidatos.
2 comentários:
Vencer a corrupção faz parte do processo dos países que acabam com os abismos entre as classes sociais.
Há desequilíbrio entre miséria e riqueza. Fiquemos com os meios termos equilibrados!
A distribuição de renda e de cultura melhorou. As pessoas precisam saber como reclamar e em alguns casos precisam aprender a ter consciência, pois há pessoas paupérrimas que votam na direita mais conservadora que vão aumentar o poder econômico e social dos ricos.
O Brasil melhorou e está tendo um processo democrático e de redistribuição de renda na melhor das hipóteses e é isso o que eu desejo.
Na corrupção existe a figura do corruptor e do corrompido e muitas vezes se corrompe quem precisa por não encontrar para si saída melhor. O corruptor, naturalmente, se aproveita da miséria e da ignorância alheia como ocorre no trafico de animais da Amazônia em que quem suja as mãos são os menos favorecidos. No trafico de drogas se dá o mesmo.
Olá Ruth Iara, boa noite!
Sem dúvida, o processo de inclusão social e as mudanças que levem ao bem-estar social carecem da participação de todos, sobretudo, de um judiciário mais ativo e menos elitista.
Abração!
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