sábado, 20 de fevereiro de 2010

Eleger Dilma é Prioridade, Diz Lula


Dilma é aclamada pré-candidata do PT à Presidência; Lula diz ser prioridade elegê-la

Em discurso no 4º Congresso do PT de aclamação de Dilma Rousseff como pré-candidata do partido à presidência da República, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ser prioridade de sua vida e de seu governo eleger a ministra sua sucessora. "Eleger a Dilma é a coisa mais importante do meu governo", disse.

"Eleger a Dilma não é secundário para o presidente da República, é a coisa prioritária na minha vida neste ano", afirmou Lula, em um discurso que enalteceu as qualidades da ministra.

AE

Dilma e Lula (em pé) no palanque do Congresso do PT


O presidente negou que a candidatura Dilma seja "tampão" e que esteja preparando a sua volta em 2014. "Eu quero eleger a Dilma Rousseff presidente da República para que ela governe um primeiro mandato extraordinário e ganhe autoridade política para um segundo mandato neste País", afirmou Lula, sob fortes aplausos, ao se contrapor à estratégia de políticos "perversos e não-sérios", que prefeririam eleger o candidato adversário.

Em quase 50 minutos de discurso, Lula mandou um recado aos partidos aliados dizendo que o programa de governo será discutido com todos e com a candidata. O presidente reforçou objetivos estatizantes que estão presentes nas diretrizes do PT para o programa de um eventual governo de Dilma e recomendou que a candidata esteja preparada para os ataques da oposição durante a campanha eleitoral. Conforme destacou, Dilma "sabe fazer como poucos no nosso querido Brasil" com que o Estado seja um grande indutor e veiculador do desenvolvimento econômico.

"Vão dizer que a Dilma vai ser estatizante. Se prepare. Isso não é ruim, não, isso é bom", afirmou Lula, dirigindo-se a Dilma. "Claro que você não vai querer estatizar borracharia, bar, pizzaria, cervejaria. Mas aquilo que for estratégico para o país, não estiver funcionando e precisar colocar para funcionar, a gente não tem que ter medo de tomar decisões que são importantes para o nosso país", completou.

Elogios

O presidente passou parte de seu discurso falando bem de seu governo, que, segundo ele, Dilma herdará. Lula citou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o programa Luz Para Todos, o programa habitacional, Minha Casa, Minha Vida, os aumentos do salário mínimo que não causaram inflação, entre outras realizações, e ressaltou a política externa de seu governo como a "mais ousada e mais diversificada". Mencionou conversa com o vice-presidente José Alencar, segundo a qual o Brasil hoje é lembrado por sua política e sua economia e não pelo samba e pelo futebol.

Na linha dos elogios, Lula afirmou: "A principal qualidade dela é ser rigorosa na gestão púbica. Para conhecer a Dilma é preciso conviver, brigar e teimar com ela". O presidente afirmou que a petista tem coragem política de não tremer diante acusações de adversários. "Não faz como tartaruga. Não esconde o pescoço". Lula ressaltou que Dilma foi uma "menina que, aos 20 anos, colocou a vida em risco para garantir a democracia no país e, como mulher, fez um trabalho extraordinário em sua ação governamental".

E continuou: "Às vezes ela nos surpreende pela inteligência. Não precisa ter medo ou preocupação de dar uma tarefa para Dilma. Mesmo que ela não conheça o assunto, se torna especialista em 24 horas". Como exemplo, Lula falou da discussão sobre o sistema nipo-brasileiro de TV digital. "A Dilma era tão analfabeta como eu, mas, em uma semana, se tornou especialista", disse.

Dilma

Líder No começo de sua fala, já depois de ter sido aclamada pelos delegados do partido como o nome do PT para outubro, Dilma Rousseff se disse orgulhosa da tarefa de continuar a obra “de um líder”. “Um líder. O meu líder. De quem eu tenho muito orgulho: o presidente Lula”, afirmou. (Veja a íntegra do discurso de Dilma no Congresso do PT)

“Recebo com humildade essa tarefa que vocês estão me conferindo, mas com coragem e determinação. Jamais pensei que a vida me reservaria tal desafio”, disse a ministra. Com firmeza, Dilma procurou passar uma mensagem de confiança, lembrando que o equilíbrio macroeconômico e a redução da vulnerabilidade externa foram marcas da política econômica do governo Lula.

A pré-candidata, por outro lado, minimizou as críticas ao “inchaço da máquina estatal”. “Alguns falam todos os dias do inchaço da máquina estatal. Nós vamos continuar valorizando o servidor público. Vamos continuar reaparelhando o Estado, recompondo sua capacidade de planejamento.”

Dilma lembrou ainda os anos da ditadura militar, em que atuou na luta armada, e ressaltou que o governo Lula promoveu o fortalecimento da democracia. “Com serena convicção digo que nunca mais viveremos numa gaiola, numa jaula ou numa prisão”, afirmou.

A ministra reafirmou o compromisso do País de reduzir a emissão de gases de efeito estufa entre 36,1% a 38,9% até 2020, e disse que continuará a investir na matriz energética brasileira, "uma das mais limpas do mundo".

PMDB

A cúpula do PMDB decidiu comparecer ao evento. Segundo o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, o senador Valdir Raupp (RO), o ministro das Comunicações, Hélio Costa (MG), e o deputado Henrique Eduardo Alves (RN) já estão no local. Os peemedebistas tinham sido convidados para o evento nesta sexta-feira, mas - conforme o iG antecipou ontem - declinaram do convite alegando que o partido ainda não havia tomado uma decisão formal sobre a aliança com o PT para eleições presidenciais.

Depois de uma série de reuniões entre dirigentes do partido e com a cúpula do PMDB, que foi até a magrugada de hoje, incluindo um encontro com o presidente Lula e a candidata Dilma Roussef, os peemedebistas decidiram comparecer à festa de encerramento do Congresso.

A relação de Dilma Rousseff com os partidos aliados, e, em especial o PMDB, esteve na fala de Lula. “Tenho que dito que o PMDB, pelo tamanho dele, vai ser não só o partido que vai estar dentro da campanha como vai ser o partido que provavelmente vai indicar o vice”, disse.

Dilma Rousseff também abordou o assunto. “Participo de um governo de coalizão. Quero formar um governo de coalizão”, disse ela. Há três semanas, dirigentes do PMDB haviam se queixado do vazamento de pontos das diretrizes do programa de governo do PT que não teriam sido discutidos com partidos aliados. Fonte: Último Segundo.

(Com informações da Agência Estado e da BBC Brasil)


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