Um terremoto no Chile de mais de 8 graus na escala Richter causou neste sábado pelo menos 147 mortes, segundo relatos iniciais das autoridades, e uma grande destruição no centro e no sul do País.
Às 03h36 deste sábado,ocorreu o tremor que, segundo os analistas, foi 50 vezes mais poderoso que o sismo do Haiti em 12 de janeiro. O número de mortes é bem menor porque o Chile é um país mais bem preparado para terremotos, devido ao seu extenso histórico de tragédias desse tipo.
O Instituto Geológico dos Estados Unidos atribuiu ao tremor uma magnitude de 8,8 graus na escala Richter e situou seu epicentro na região sulina de Bio-Bio, a 500 quilômetros de Santiago e a cerca de 90 quilômetros ao sudeste de Concepción, a capital regional.
No entanto, o Instituto Sismológico da Universidade do Chile disse que o tremor alcançou 8,3 graus na escala Richter e teve o epicentro no litoral, a 63 quilômetros ao sudoeste da cidade de Cauquenes, no limite entre as regiões do Bio-Bio e Maule, mais ao norte.
De acordo com os relatórios das autoridades chilenas, Maule, a 300 quilômetros de Santiago, foi a mais atingida. Também ocorreram mortes na região metropolitana de Santiago, O'Higgins, Bio-Bio, Araucania e Valparaíso.
A presidente Michelle Bachelet, que chegou ao Escritório Nacional de Emergência (Onemi) poucos minutos depois do terremoto, viajou a Maule antes do meio-dia, para ver de perto os efeitos do terreno na área.
Todo o território entre as regiões de Valparaíso e Araucania foi declarado em estado de catástrofe pelo Governo, que imediatamente começou a contabilizar os danos materiais, que incluem queda de pontes e passarelas nas estradas que ligam Santiago ao sul do país.
As autoridades recomendaram os chilenos a não viajar, salvo por extrema necessidade, enquanto as cidades atingidas, entre estas a capital, permanecem quase paralisadas.
Em Santiago, não está funcionando a ferrovia subterrânea e o transporte de superfície está bastante reduzido. O aeroporto internacional foi fechado devido alguns danos na torre de controle e no terminal de passageiros.
Em princípio, as autoridades informaram que o aeroporto estaria fechado por 24 horas. Mais tarde, no entanto, a medida foi estendida para 48 horas e fontes aeronáuticas não descartam uma nova prorrogação da paralisação.
Isso colocou em suspenso a realização do 5º Congresso da Língua, que deveria começar em Valparaíso na próxima terça-feira, com a participação dos Reis da Espanha.
O terremoto se estendeu por mais de 800 quilômetros da geografia chilena, com intensidades de até 9 graus na escala internacional de Mercalli, que vai de 1 a 12, segundo as autoridades. O tremor foi sentido também no Brasil, na Argentina, na Bolívia, no Paraguai e no Peru, sem registro de vítimas ou danos materiais.
Até as 12h, mais de 20 réplicas haviam sido registradas no Chile, com magnitude superior a 5 graus na escala Richter.
O tremor levou a maioria dos países do Pacífico a lançarem alertas de tsunamis, algo que a Marinha chilena descartou, apesar de alguns episódios de ressacas em algumas localidades. Austrália e Japão estão entre os que demonstram maior preocupação. No Havaí, o governo americano estima que uma grande onda de até dois metros chegue por volta das 18h20 (horário de Brasília) deste sábado.
No arquipélago de Juan Fernández, a 600 quilômetros do litoral chileno, uma onda de 7 metros atingiu uma localidade, onde aldeões disseram às emissoras de rádio que havia três desaparecidos. A Marinha chilena iniciou a evacuação de alguns setores da Ilha de Páscoa, localizada a 3.500 km da costa do Chile no Oceano Pacífico, devido ao risco de formação de ondas gigantes após o terremoto. Ondas consideráveis já danificaram algumas casas na localidade de Iloca, na região do Maule e na Ilha de Páscoa, apesar de esta ficar a 3,6 mil quilômetros da região afetada. As autoridades locais evacuaram Hanga Roa, o principal povoado do lugar e capital da ilha.
Apesar de estarem acostumados a viver sobre um solo agitado por uma média de 20 tremores diários, a maior parte imperceptível para a população, os chilenos seguem buscando uma resposta para estes fortes golpes da natureza. Uma delas é que o Chile está situado no "Anel de Fogo", uma das regiões mais sísmicas de todo o mundo.
Estatisticamente, a interação entre as placas tectônicas de Nasza e da América do Sul produz um sismo destruidor a cada 10 anos, uma média de 20 pequenos tremores diários e quase 4 mil movimentos sísmicos anuais, segundo o Instituto de Geofísica da Universidade do Chile.
A história sísmica do Chile remonta a 28 de outubro de 1562, quando 2 mil pessoas morreram na região de Concepción, a 520 quilômetros ao sul de Santiago. Desde então, o Chile sofreu 83 grandes terremotos, que nos últimos 50 anos causaram 40.265 vítimas mortais.
O último grande sismo que atingiu o norte do Chile ocorreu em 30 de julho de 1995, quando um terremoto de 7,8 graus na escala Richter sacudiu a cidade de Antofagasta, a 1.368 quilômetros de Santiago, com mortos, feridos e danos consideráveis.
Os brasileiros que queiram informações sobre parentes e amigos no Chile podem ligar para o Consulado do País no Rio de Janeiro: (21) 3579 9658 / (21) 3579 9660 / (21) 3579 9761.
Fonte: Yahoo Notícias
Com informações da AFP, Agência Estado, EFE e Reuters
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