Segundo se pode observar da análise feita por Marcos Coimbra, se a eleição se encaminhar para a comparação entre o governo tucano e o atual governo, "Lula já ganhou o plebiscito com Fernando Henrique" e, por tabela, Dilma também. Entretanto, e ainda de acordo com o articulista, Lula tem outras intenções. A estratégia política de nosso presidente não é outra a não ser estender o julgamento negativo do governo FHC a Serra e quebrar a espinha dorsal do projeto político do PSERRADB. Esse é o temor do governador que vai aos carnavais de Pernambuco e da Bahia e não subscreve autógrafo porque ninguém o conhece.
Como se vê, o nosso querido "apedeuta" (termo erudito usado por comentaristas em sua soberba intelectualóide e disseminado pela mídia golpista) joga bem o xadrez político. Vale notar que o artigo abaixo tem como fonte o Blog do Noblat (Lembrando que não foi ele quem escreveu, porque se fosse... apareceria sob o véu do texto uma "barriga").
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Por Marcos Coimbra
Alguém imagina que Lula quer fazer, na eleição deste ano, uma guerra com Fernando Henrique em torno de números sobre o desempenho de seu governo? Que o plebiscito que persegue há tanto tempo consiste nisso, uma batalha de estatísticas de performance governamental?
Quem acha que é isso que Lula quer, se engana. Não é essa a eleição para a qual ele se prepara desde o fim de 2007, quando sua popularidade cresceu ao ponto de tornar possível que não só escolhesse sozinho quem representaria o governo na eleição, como que sua indicada tivesse boa chance de vitória.
O plebiscito que ele imaginou para vencer um candidato tão forte quanto José Serra é diferente. Nele, pode ser até necessário passar pela comparação do que fizeram os dois governos, área por área, política por política. Mas sem permanecer nesse plano, de resultados objetivos cotejados com resultados objetivos.
Lula, amplo conhecedor do eleitor brasileiro (não fosse ele calejado por oito experiências de buscar seu voto, contando apenas as candidaturas presidenciais, nos dois turnos que disputou), sabe que é ínfima a proporção de pessoas que escolhem assim seu candidato. Aliás, não é pequena apenas no Brasil, mas no mundo inteiro (países desenvolvidos incluídos), a parcela do eleitorado que opta em função de cálculos desse tipo.
Em primeiro lugar, é sempre pequena a fatia da população que se interessa por questões político-administrativas. Ainda menor é a que compreende estatísticas e raciocínios cheios de números, porcentagens e coisas do gênero. Um discurso sobre o tema, recheado com elas, entedia até o eleitor escandinavo.
Em segundo, o cidadão comum olha com cautela todo número que não entende bem. Nem que seja intuitivamente, sabe que as estatísticas podem dizer qualquer coisa, dependendo de quem as apresenta. Não há prefeitura, governo de estado ou administração federal que não desfile seus números para provar que faz tudo certo, assim como não há oposição que não exiba os dela para demonstrar o inverso.
Como o eleitor não confia inteiramente em ninguém e não tem elementos próprios para saber de que lado está a verdade, prefere, na maior parte das vezes, ignorar o bombardeio que sofre. Os números entram por um ouvido e saem por outro.
Mas o mais importante é que os eleitores que se interessam por essas comparações e que têm os requisitos de informação para compreendê-las são os que menos estão disponíveis para o proselitismo dos candidatos.
Eles costumam ser mais politizados, mais bem informados e mais posicionados em termos partidários e ideológicos. Por isso, costumam se definir eleitoralmente mais cedo e tendem a permanecer indiferentes ao discurso dos candidatos ao longo da campanha, pois já resolveram o que vão fazer.
Hoje, há lulistas e antilulistas entre essas pessoas e, se existe, uma minoria insignificante de eleitores “neutros” e disponíveis para a argumentação puramente racional. Seu impacto na eleição é irrelevante.
Na verdade, o plebiscito de Lula nunca foi em favor de si mesmo ou de Dilma. Nem, a rigor, contra Fernando Henrique. É apenas contra Serra.
O presidente sempre soube, ouvindo as pessoas, usando seu instinto, lendo as pesquisas, que a grande maioria do eleitorado está satisfeita com o governo e quer a continuidade.
Também sabe que Dilma não está em discussão por si mesma e que a imagem do ex-presidente vem piorando com a passagem do tempo. Só por isso pensou fazer um plebiscito em que o governador fica como representante de FHC e ela dele.
Nesse embate, importa pouco (ou nada) qual foi o governo que fez mais isso ou aquilo. Qual asfaltou mais, construiu mais, educou mais e assim por diante. Lula já ganhou o plebiscito com Fernando Henrique. O que ele apenas quer agora é que os eleitores estendam a Serra o julgamento que fizeram de FHC.
Não é por outra razão que Serra não quer nem saber do assunto. Comparar (para defender) Fernando Henrique contra Lula não é com ele.
Fonte: Blog do Ricardo Noblat.
3 comentários:
Ou seja, Lula quer e vai pendurar o FHC no pescoço do Serra...
Caro cumpadi Anônimo, bom dia!
Pelo jeito este é o projeto de LULA: tornar FHC um "amuleto" de Serra... Já imaginou?!?! rsrsrs
Abs
É isso aí.
Lula chamou FHC para a arena política, para, no futuro, pisar no pescoço do Serra.
A estratégia deu tão certo, que FHC, além de elogiar sua privataria, afirmou que só privatizou a Vale por influência de Serra. Apenas essa afirmação basta para rotular Serra de privatista, o que não é desejado pelos tucanos, porque eles sabem que os brasileiros odeiam entregar nosso patrimônio (BB, CAIXA, CORREIOS, etc.) para a iniciativa privada.
É claro que os tucanos vão dizer que as privatizações foram boas para o país. Mas, também, é claro que Dilma vai dizer que as empresas privatizadas foram entregues a troco de banana podre, e que o pagamento foi feito com nosso próprio dinheiro, ou seja, com recursos do BNDES, a juros de avô para neto e prazo a sumir de vista.
Gilson Raslan (Jaru-RO)
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