Quem achou que a situação patética da direita não podia piorar, errou feio. É melhor pensar de novo. Quando o assunto é o mundo da política direitista, a decência continua levando uma surra. Foi o que aconteceu ontem no Congresso Nacional, quando os demos resolveram promover uma baderna, obstruindo a votação de sete projetos de decreto legislativo de acordos internacionais.
O presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), decidiu suspender as votações depois da discussão provocada pelo vice-líder do demo, deputado José Carlos Aleluia (BA), que chamou Fidel Castro e o presidente cubano Raul Castro de “assassinos”.
“Quem poderia imaginar um presidente operário, o nosso presidente metalúrgico, ir a Cuba para comemorar a morte de um dissidente do regime de Fidel. Isso é inaceitável. Tirar foto dando risada, ao lado de assassinos, ao lado de bandidos, em Cuba”, disse Aleluia, concentrando uma imensidão de preconceito social, arrogância e obtusidade política em uma frase tão curta.
Sua fala foi rapidamente contestada pela deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que é presidente do grupo parlamentar Brasil/Cuba. A deputada lembrou que vilolação dos direitos humanos ocorreu mesmo em Abu Ghraib e Guantánamo. Ela lembrou ainda os Cinco heróis, presos políticos cubanos nos Estados Unidos.
Para o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), “não cabe ao presidente da República chegar a Cuba se imiscuindo na política interna do país”. Ele argumentou que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) se encontrou diversas vezes com Fidel Castro e nunca se referiu às denúncias de “violação de direitos humanos” em Cuba.
O petista lembrou ainda que o ex-governador da Bahia Antonio Carlos Magalhães, morto em 2007, recebeu Fidel “com pompa e circunstância” no Estado e, na época, Aleluia era da base aliada ao governador.
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