Deus Te Dará a Plena Felicidade, Grande Cumpadi Jorge Cabral!

Em sua homenagem, meu grande Cumpadi Jorge Cabral

A você, meu Cumpadi Jorge Cabral, uma singela homenagem pelo que representou na minha vida e na vida dos que o conheceram. Às vezes meio cabeça dura, mas sempre generoso e amigo. Tinha um modo particular de ver a vida, como todos nós temos.

Lembro-me de que, do grupo de amigos que estava se formando no final de minha adolescência, você era o único que não se abalava com as perdas, com o fracasso e não se interessava pelo sucesso.

Lembro-me de que você não me queria no grupo... Achava-me meio intelectual, mas isso foi se dissipando aos poucos e nos tornamos amigos (você mesmo me pediu desculpas por ter pensado assim de mim e, de pronto, aceitei). Você sempre foi justo e pouco ambicioso. A falta de ambição (que é saudável se bem administrada) era o que nos unia no grupo.

Lembro-me de que me dissera, certa vez, que não desejava muita coisa na vida e eu retrucara que esse era o meu objetivo também. Vieram os filhos e começamos a pensar que estávamos errados quanto a não construir nada de bens materiais. Reformulamos nosso jeito de ver o mundo e introduzimos um novo conceito de "ambição": ter o necessário para nossos filhos, conquanto que continuássemos a ter uma mínima ambição em nosso projeto de vida.

A vida nos afastou por nossos respectivos compromissos pessoais. Quase não nos víamos. A comunicação se dava de modo extemporâneo, mas era tudo de bom. Suas piadas sobre a vida eram geniais. Do nada você criava uma situação de risos e mais risos. Não havia ninguém, no grupo, que não começasse a rir quando você vinha com as suas comédias. Bons tempos...

Lembro-me de que nos vimos, pela última vez (agora... eu sei...), em julho de 2008. Estávamos separados, sem mulher, com pouco dinheiro e com muita coisa a fazer ainda na vida. Fui pegar você em casa para passarmos o dia em Gaibu com dois "pessoal" (era assim que você chamava as mulheres) que eu conhecia. Apresentei-as e, num canto da sala, você me perguntou: "Brother" (era assim que você me chamava) isso é pra valer?" e eu disse: "Sim. Leva camisinha, porra!" e você, com a gaitice de sempre, foi ao guarda-roupa e pegou uma camisa de Yuri, seu filho, quando ele tinha 4 anos. Mostrou-me e indagou: "Será que essa dá?!?" Rimos a valer... O dia foi bom e como programado. Voltamos às 16h e tomamos umas cervejas no Pina, onde você morava. Despedi-me de você e de G. (o "pessoal" com quem você ficou e namorou por algum tempo depois) e fui embora. Nunca mais fizemos estas "estripulias", meu caro Cumpadi Jorge Cabral... E nunca mais farei com a sua presença.

Valeu por sua amizade e que Deus o tenha na mais infinita felicidade... Tenho certeza de que Deus é justo e não vai nos machucar. Não pude ir ao seu funeral por desencontro de informações... Desculpe-me. Certamente, choraria por você, como agora estou chorando ao postar esta mensagem. A vista fica turva e dá uma dor no coração que não tem tamanho... Hoje é um domingo insosso...

Esta música é para você. Sempre foi a sua música preferida, lembra?!?!



Grande Abraço, Cumpadi Jorge Cabral (in memoriam)!