sexta-feira, 12 de março de 2010

Lutar contra o Imperialismo onde quer que se encontre.


Companheiros e companheiras,


Eis-me aqui para dizer em alto e bom tom, não conheço um cara da direita que tenha sacrificado a sua vida em favor de uma causa, de um povo, de uma utopia... Nunca! Eles preferem ficar em suas torres de marfim, contando vis metais...


Existiram muitos militantes de esquerda aqui e alhures que colocaram a própria vida em risco e até morreram por acreditarem que: Um outro mundo é possível!


Diante do embate com a direita tucana e a DEMoníaca, trago para o Terra Brasilis o "Discurso de Despedida de Che Guevara". Confesso que me emociono ainda, cada palavra do Che soa como uma profunda sinceridade revolucionária... Existe amor, não ódio...


Posto o discurso de despedida para fortalecer a nossa luta em favor de uma mulher de fibra e que lutou contra a opressão, sendo torturada cruelmente.


Dilma é de uma dignidade ímpar...


Estamos contigo companheira!




Che Guevara - Discurso De Despedida

A Fidel Castro


Havana. “Ano da Agricultura” 1965


Fidel:

Neste momento recordo muitas coisas: quando te conheci em casa da Maria Antónia, quando me propuseste acompanhar-te, toda a tensão dos preparativos.


Um dia passaram perguntando a quem se devia avisar em caso de morte, e a possibilidade real do fato chocou-nos a todos. Depois soubemos que era certo, que numa revolução se triunfa ou se morre, se é verdadeira, e muitos companheiros ficaram ao longo do caminho para a vitória.


Hoje todos temos um tom menos dramático porque estamos mais maduros, mas o fato repete-se. Sinto que cumpri a minha parte do dever que me ligava à revolução Cubana no seu território e despeço-me de ti, dos companheiros, do teu povo, que é já o meu.


Renuncio formalmente aos meus cargos na direção do Partido, ao meu posto de ministro, ao meu grau de comandante, à minha condição de cubano. Nada legal me liga a Cuba, só laços de outra classe que não se pode partir como as nomeações.


Ao rever a minha vida passada, creio ter trabalhado com suficiente honestidade e dedicação para consolidar o triunfo revolucionário. O meu único erro com alguma gravidade foi não ter confiado mais em ti desde os primeiros momentos da Sierra Maestra, e não ter compreendido com celeridade suficiente as tuas qualidades de dirigente e de revolucionário.


Vivi dias magníficos e senti ao teu lado o orgulho de pertencer ao nosso povo nos dias luminosos e tristes da Crise das Caraíbas. Poucas vezes brilhou mais alto um estadista que nesses dias; orgulho-me também de te ter seguido sem vacilar, identificado com a tua maneira de pensar e de ver e apreciar os perigos e os princípios.


Outras serras do mundo reclamam o concurso dos meus modestos esforços. Eu posso fazer o que te está negado pela tua responsabilidade à frente de Cuba e chegou a hora de separar-nos.


Saiba que o faço com uma mescla de alegria e dor: aqui deixo o mais puro das minhas esperanças de construtor e o mais querido entre os meus seres queridos, e deixo um povo que me admitiu como um filho; isso lacera uma parte do meu espírito; aos novos campos de batalha levarei a fé que me inculca, o espírito revolucionário do meu povo, a sensação de cumprir com o mais sagrado dos deveres: lutar contra o imperialismo onde quer que se encontre; isto reconforta e cura amplamente qualquer aflição.


Repito mais uma vez que liberto Cuba de qualquer responsabilidade, salvo a que emana do seu exemplo; que se a hora definitiva me chegar sob outros céus, o meu último pensamento será para este povo e especialmente para ti; que te digo obrigado pelos teus ensinamentos e pelo teu exemplo, ao que tentarei ser fiel até as últimas conseqüências dos meus atos; que estive sempre identificado com a política externa da nossa Revolução, e continuo a estar; que onde quer que me detenha sentirei a responsabilidade de ser revolucionário cubano, e como tal atuarei; que não deixo aos meus filhos e à minha mulher nada material e não me apena: alegra-me que assim seja. Que nada peço para eles, pois o Estado dar-lhes-á o suficiente para viver e educar-se.


Teria muitas coisas que dizer a ti e ao nosso povo, mas sinto que não são necessárias as palavras e não podem expressar o que eu desejaria; não vale a pena deitar mais borrões no papel.


Até a vitória sempre. Pátria ou morte!


Abraço-te com todo o fervor revolucionário,


Che

5 comentários:

jader resende disse...

Bom dia.
O romantismo e realidade de Che é realmente envolvente.
Voce tem toda razão.
Abraços

Profdiafonso disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Profdiafonso disse...

Olá, Cumpadi Jader! Bom dia!

"Romantismo" e "Realidade" dois termos bem postos para o universo guevariano e para os que acreditam num mundo mais justo.

Abs!

Profdiafonso disse...

Cumpadi Jota, bom dia!

Excelente postagem. Nunca havia ouvido o discurso, só lido. Valeu pela oportunidade.

Gostaria de falar com você.

Abs!

J. Pinto Durão disse...

Conta com a gente cumpádi.
Manda um e-mail e a gente acerta como vai se falar, ok?!
abraços,
Jota

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