ALGUMAS IMPRESSÕES DO COMPORTAMENTO DO PSDB
Por Adriano Oliveira*
Apesar de alguns membros do PSDB negarem, Serra reluta em ser candidato à presidente em razão de não saber o que dizer ao eleitor. É uma campanha que nascerá, caso ele venha a ser candidato, sem uma mensagem objetiva para o eleitorado.
Jarbas Vasconcelos, ciente dos receios de Serra, mas com o desejo de ajudar o amigo, cobrou do governador de São Paulo posicionamento. Este não veio. Mas veio outro posicionamento de Jarbas através de nota oficial. Nesta nota, Jarbas mostra impaciência. Mas não diz se será ou não candidato a governador. A nota evidencia ainda que Jarbas tem disposição para enfrentar Eduardo Campos, porém, Serra não contribui para que a sua vontade se consolide. Ressalto que a nota torna clara a posição de Jarbas, qual seja: ele só será candidato se Serra for.
Saliento que o quadro nacional e local ainda está nebuloso em razão do comportamento do PSDB. No âmbito nacional, como já dito por mim várias vezes, não existe razão para José Serra adiar o anúncio da sua candidatura a presidente. Se ele disser que é candidato, isto não implica que ele tenha que de imediato abandonar São Paulo. Ele, apenas, prestará contas ao eleitorado paulista e facilitará as composições políticas nos estados.
Em Pernambuco, o PSDB atrapalha Jarbas e toda a oposição. – diversos parlamentares admitem isto em privado. Sérgio Guerra já disse que é difícil fazer oposição a Eduardo Campos. Deste modo, indago: o que PSDB irá fazer na chapa de Jarbas, se este será o candidato da oposição? Esta pergunta ninguém faz. Outro ponto: os parlamentares do PSDB fazem oposição ao prefeito João da Costa, mas não fazem a Eduardo Campos. Qual é a razão disto? Saliento que Terezinha Nunes faz oposição ao governador.
Observo que o PSDB quer Jarbas por duas razões: salvar os mandatos de vários parlamentares e talvez a reeleição de Sérgio Guerra. Digo talvez, pois não tenho a certeza de que Guerra será candidato a reeleição. Observo também que parte do PSDB já entregou os pontos, isto é: não acreditam na vitória de Serra e nem na de Jarbas. E agora, é o salve-se quem puder!
*Adriano Oliveira é professor Adjunto do Departamento de Ciência Política da UFPE. Coordenador do Núcleo de Estratégias e Política Eleitoral da UFPE. Membro do Núcleo de Instituições Coercitivas da UFPE. E colaborador do BLOG do Instituto Mauricio de Nassau.
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