domingo, 11 de abril de 2010

Como Leônidas Rifou Newton Cruz



Uma entrevista histórica, para Geneton Moraes Neto, do Globo News Dossiê

Pontos centrais:

1. A segunda tentativa de jogar bombas no Rio.

2. A maneira como Leônidas Pires Gonçalves o rifou.

3. A visita de Paulo Maluf pedindo que Newton Cruz desaparecesse com Tancredo.

4. A verdadeira linha dura do Exército.

Por André Araújo

Merece um post a análise da entrevista do General Newton Cruz no programa Dossiê da GLOBONEWS. O General reafirmou em linhas gerais suas entrevistas anteriores, inlusive a do RodaViva há dez anos. O General é um figura única, franco, direto e dentro de sua armadura, um homem honesto com seu passado e suas convicções. Do conjunto da entrevista sai uma conclusão histórica: por ser a figura militar mais emblemática do final do Regime, Newton Cruz foi entregue na bandeja para os novos donos do Poder, os políticos da Nova República, jogando-se nas costas do General Cruz todo o entulho autoritário que estava em cima da mesa nesses anos de fechamento do ciclo de 1964.

O autor da façanha foi o General mais político desse período, considerado um carreirista que sempre pensou mais nele do que na Instituição, o Petain brasileiro, cujo perfil foi também objeto de outra entrevista no mesmo programa. Esse general esperto “queimou” Newton Cruz para se acomodar bem, como de fato se acomodou, na Nova República. Mas nessa manobra egoísta implodiu o Sistema Militar que não mais recuperou sua força política desde então, submetendo-se a continuas perdas de poder nas mãos dos politicos, culminando agora com um Plano Nacional de Defesa feito por civis, algo inédito no mundo.

Newton Cruz carrega esse simbolismo, é um general completo, dos pés à cabeça, que estampa uma integridade incontestavel, uma figura crucial do fim do Regime sacrificado com certo requinte em homenagem ao novo ciclo politico que se iniciava. Algo semelhante ocorreu no Chile quando foi entregue a cabeça do General Manuel Contreras, chefe da DINA, mas no Chile a Instituição Militar teve força para manter a integridade do Sustema que dura até hoje, Pinochet manobrou melhor e não apareceu no Chile um General carreirista para negociar o Poder militar, como ocorreu no Brasil em 1985.

Nesse desfecho perdeu a Instituição Militar e perdeu o Brasil. A implosão do Sistema em 1985 fez a Força Militar perder poder para reinvidicar seu espaço natural e com isso chegamos a 2010 com Forças Armadas em situação inferior ao que o Brasil necessita, a ponto do Chile proporcionalmente à sua população e território ter Forças Armadas em situação e capacidade muito superiores às do Brasil, enquanto estamos nos debatendo para comprar 36 caças de 1ª linha, o Chile já tem 64 aviões da mesma categoria na sua Força Aerea.

A entrevista do General Newton Cruz expôs à luz do dia a manobra desastrosa para o Pais praticada em 1985 por oportunistas militares que sacrificaram a Instituição para ” ficar bem” com os novos donos do Poder. O Marechal Petain fez isso em 1940 em nome da pacificação da França e o preço historico foi muito alto, como está sendo para Brasil, com Forças completamente defasadas em relação ao tamanho, importancia, peso internacional e projeção de poder necessária a um dos principais Paises emergentes na nova distribuição de esferas de influencia dentro da ordem mundial.

Do Portal Luís Nassif

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