A candidatura Serra aderna a olhos vistos. Depois que foi ultrapassado por Dilma Roussef nas intenções de voto, os tucanos entraram em colapso.
A velha mídia se cala e é incapaz de fazer uma análise decente com medo de aumentar ainda mais o desânimo, mas com isso demonstram mais uma vez o quanto eles não estão comprometidos com a verdade, mas apenas com a versão que se não puder ajudar Serra que pelo menos não o atrapalhe.
Esse comportamento fica mais evidente porque recentemente, quando Dilma Roussef deixou o governo e passou a dar as primeiras entrevistas como pré-candidata, foi iniciada uma campanha coordenada para chamar de gafe qualquer manifestação da ex-ministra, insistindo na tese que o comitê de campanha de Dilma estaria insatisfeito com seu desempenho, usaram “offs” falsos até do presidente, que segundo eles teria sugerido mudanças na postura de Dilma diante dos microfones e em sua roupa.
Apesar da campanha de Dilma desmentir toda aquela insinuação, nós sabemos que esse pessoal leva a tese de Goebbels ao extremo e não importa o desmentido, a versão fantasiosa foi defendida até o final. Resultado: as pesquisas mostraram que, apesar da cantilena diária que seu desempenho ia mal, Dilma continuou a crescer.
Do outro lado, desde que anunciou que se candidataria, Serra vem tropeçando várias vezes em entrevistas, sugeriu a criação de ministério em uma área que já existe no governo, demonstrou mau humor e respondeu bruscamente a alguns jornalistas, inclusive os aliados, mas procurava fazer a linha do paz e amor, sem confrontar com o presidente Lula, procurando se passar como alguém que pudesse dar continuidade ao governo atual.
A imprensa tucana festiva ignorou os tropeços e festejou a estratégia “matadora” de Serra de não bater de frente com o presidente, que segundo eles era o objetivo de Lula, e de passar a impressão de pós-Lula. Não teve um analista sequer para criticar a estratégia, era “mais uma sacada do genial Serra”. Resultado: Pesquisas apontam Dilma ultrapassando Serra. O jacaré volta a abrir a boca só que com ele ficando pra trás.
A candidatura Serra está em crise. Ninguém quer ser candidato a vice na sua chapa, três já recusaram o convite: Aécio Neves, Tasso Jereissati e Dornelles. Serra vem perdendo o controle, criando incidentes diplomáticos com os governos do Irã, Venezuela e Bolívia, além dos países que compõem o MERCOSUL, demonstrando despreparo para a função que deseja alcançar.
Se não bastassem todos esses problemas e equívocos, a estratégia inicial foi radicalmente modificada e a campanha de Serra deu um cavalo de pau, passando do “Serra paz e amor” para “Serra exterminador do Futuro”. Dos elogios ao presidente, passou diretamente para a crítica virulenta e agressiva.
Ora, se houve uma mudança radical na estratégia é porque eles chegaram à conclusão que a inicial estava equivocada. Apesar da obviedade, segundo a velha mídia não existe crise na campanha tucana, sequer houve crítica interna, a estratégia mudou por quê? Porque mudou, ora bolas.
O pior: os mesmos analistas que festejaram e elogiaram a “excelente” estratégia que não deu certo, agora, sem nenhuma cerimônia, passam a festejar e elogiar a nova, que é o inverso da primeira. Além de não saberem o significado da palavra coerência, eles vivem debochando da inteligência dos seus leitores.
A candidatura Serra vai afundar devagarzinho, mas a velha mídia vai continuar dizendo que está tudo bem até o fim, não tem jeito.
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