Quando tudo ainda era um silêncio que ensurdecia, algo não era como meus pais me diziam, nem como minha professora do primário, Gilvanete Severina de Melo (uma morena linda!... Nunca me esqueci dela... o carinho por mim e pelo meu irmão mais velho me fazia um bem danado... Éramos inteligentes e eu não sabia o que aquilo significava de verdade, pois meus amigos também eram como eu e o meu irmão mais velho. O detalhe era que, embora morássemos num apêndice da vila nova do Cabanga - Recife, Pernambuco -, por volta de 1974, tínhamos TV em casa...), me dizia. Algo era muito mais do que o que estava à minha volta... Lembro-me muito bem desta canção e lembro-me de que meu pai comentava que eles eram ateus, pois o padre afirmava, categoricamente, isso. Nunca me importei. Gostava de escutá-la no rádio (ABC, A Voz de Ouro) alheio. Confesso que tive medo de ir para o inferno por ouvir essa canção... Eu que pensava, naquela época, que MR. POSTMAN fosse o nome de algum senhor inglês... O tempo... O tempo é o senhor que nos visita sempre...
(O Livro dos Interstícios, Getsêmani de La Cruz)
Boa noite às minhas cumadis e aos meus cumpadis!
2 comentários:
Poesia pura o seu texto, parabéns!
Os Beatles marcaram, também, a minha infância e adolescência. Aliás, até hoje.
Linda homenagem!
Abraços!
Obrigado pelas palavras, Cumpadi Itárcio.
O passado, às vezes, emerge do nada e, quando isso acontece, escavaco para entender o que, naquele pretérito, não tinha condições de compreender.
The Beatles era um tabu no meio social em que vivi. Escutávamos Carlos Alberto, Nelson Gonçalves, Dalva de Oliveira, Evaldo Braga e todos os aqueles cantores de amores não correspondidos e coisa e tal. Cutir bastante e, ainda hoje, quando tenho oportunidade, escuto. Lembro-me de meu pai. Só que eu queria muito além dessas músicas e dava meus pinotes para ouvir outros cantores e bandas.
Grande Abraço, Cumpadi!
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