Coordenadores questionaram vetos a expressões individuais de apoiadores.
Ministério Público aponta propaganda antecipada em blogs.
Thiago Guimarães Do G1, em São Paulo
Reunidos no mesmo evento pela primeira vez nesta quinta-feira (17), os coordenadores das pré-campanhas na internet de Dilma Rousseff (PT) e de José Serra (PSDB) afirmaram ser impossível controlar a ação de militantes na web.
Sérgio Caruzo, coordenador da campanha digital de Serra, e Marcelo Branco, estrategista de Dilma na web, disseram que a legislação eleitoral é clara no veto à propaganda antecipada em espaços oficiais de campanha, mas questionaram eventuais restrições a ações individuais.
As declarações dos estrategistas ocorrem na semana em que o Ministério Público Eleitoral questionou na Justiça blogs supostamente não-oficiais que defendem as pré-candidaturas. A propaganda eleitoral nas eleições deste ano só é permitida a partir de 6 de julho.
Uma ação pede que o Google retire do ar e identifique os responsáveis pelo blog amigosdopresidentelula.blogspot.com, por promoção de propaganda eleitoral antecipada. Pelo mesmo motivo, acionou o Google para retirar o blog euqueroserra.blogspot.com.
"Esse limite específico do que é um militante apaixonado é um controle difícil. E o Ministério Público vai sentir o que a gente sente, que a internet é incontrolável", afirmou Caruzo. O publicitário afirmou que o responsável pelo blog questionado pela Procuradoria tem 16 anos.
"Se uma empresa jornalística pode ter um blogueiro que passa o dia inteiro dando pau na Dilma e ridicularizando o Lula e isso é democrático, e acho que tem que continuar sendo democrático dessa forma, por que um militante individual que tem seu blog não pode fazer isso de forma democrática? Aí está a sombra de como a legislação vai tratar isso", disse Branco.
Os coordenadores de Serra e Dilma disseram pregar uma campanha limpa e de debates de propostas. Afirmaram, no entanto, que não pretendem controlar a expressão da militância.
"Ninguém tem o poder de dizer 'cala a boca'", disse Caruzo. "Não vamos procurar fazer nenhum tipo de controle dos apoiadores espontâneos", afirmou Branco.
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