Atualmente, muitos americanos estão cientes de que Israel, com uma população de apenas 5,8 milhões de pessoas, é o maior beneficiário da ajuda externa americana, consumido, mais da metade do orçamento global americano para ajuda externa.
O que poucos americanos entendem, entretanto, é o elevado preço que pagam em muitos outros setores pela relação EUA–Israel, o que, por sua vez, é um produto da influência do poderoso lobby israelense sobre as políticas domésticas americanas e não tem nada a ver com os interesses estratégicos dos EUA, com os interesses nacionais dos EUA, ou mesmo com o tradicional apoio americano à autodeterminação, aos direitos humanos e ao comportamento ético em âmbito internacional.
Ademais, o caro e inabalável apoio dos EUA a Israel, esteja esse país certo ou errado, cobra um preço elevado ao prestígio e à credibilidade americana no exterior. De acréscimo, o poderoso lobby israelense nos EUA exerce um papel preponderante no atraso da reforma financeira das campanhas políticas, e também no afastamento da vida pública americana de alguns de nossos mais ilustres servidores públicos, membros do Congresso e até presidentes.
Finalmente, o relacionamento Israel–EUA tem custado um número significativo de vidas americanas. Os incidentes nos quais militares dos EUA em serviço, diplomatas e civis morreram no Oriente Médio foram noticiados pela mídia. Mas a mídia raramente volta a esses assuntos, e evita escrupulosamente analisar por que eles ocorreram ou compilar o tributo cumulativo de mortes de americanos resultantes de nossas políticas para o Oriente Médio centralizadas em Israel.
Cada uma dessas quatro categorias dos custos de Israel ao povo americano merece um tópico específico. O que vai a seguir, portanto, é apenas uma visão geral dessas perdas.
Primeiramente, o custo financeiro de Israel aos contribuintes americanos. Entre 1949 e 1998, os EUA deram a Israel, com uma população auto-declarada de 5.8 milhões, mais ajuda externa do que deram a todas as nações da África subsaariana, a todos os países da América Latina, e a todos os países do Caribe juntos, com uma população total de 1.054.000.000 de pessoas.
No ano fiscal de 1997, por exemplo, Israel recebeu 3 bilhões de dólares do orçamento de ajuda externa, pelo menos 525 milhões de dólares de outros orçamentos dos EUA, e 2 bilhões de dólares em garantias de empréstimos federais. Assim, o total de subvenções e garantias de empréstimo para Israel foi de 5,5 bilhões de dólares. Isto quer dizer 15.068.493 dólares por dia, 365 dias do ano.
Se acrescerem a essas subvenções e empréstimos em ajuda estrangeira os totais aproximados de subvenções para Israel de outras rubricas do orçamento federal dos EUA, Israel recebeu desde 1949 uma subvenção total de 84,8 bilhões de dólares, excluindo-se os 10 bilhões de dólares em garantias de empréstimos governamentais dos EUA que retirou dentro do prazo. E se a isso calcular-se o que os EUA pagaram em juros para tomar emprestado esse dinheiro e dá-lo a Israel, o custo de Israel para os contribuintes dos EUA sobe para 134,8 bilhões de dólares, não corrigida a inflação do período.
Falando de outro modo, os quase 14.630 dólares que cada um dos 5.8 milhões de israelenses recebiam do governo dos EUA antes de 31 de outubro de 1997, custaram aos contribuintes americanos 23.241 dólares por israelense. Isto é, 116.205 dólares por cada família israelense de cinco membros.
Nenhuma dessas cifras inclui as doações privadas de americanos para instituições de caridade israelenses, que constituíam inicialmente cerca de um quarto do orçamento de Israel, e hoje aproxima-se de 1 bilhão de dólares ao ano. Afora o efeito negativo dessas doações sobre o balanço de pagamentos, os doadores também as deduzem do pagamento de impostos, criando outro enorme dreno no tesouro dos EUA.
As cifras acima não incluem nenhum dos custos financeiros indiretos de Israel para os Estados Unidos, os quais não podem ser contabilizados. Um exemplo foi o custo que os industriais dos EUA tiveram com o boicote árabe, certamente em bilhões de dólares, em números atualizados. Outro exemplo foi o custo para os consumidores americanos do preço do petróleo, o qual subiu a tais alturas que desencadeou uma recessão mundial, durante o boicote árabe imposto como reação ao apoio dos EUA a Israel na guerra de 1973.
Outros exemplos são uma parcela dos custos de manutenção de grandes forças navais da Sexta Frota dos EUA no Mediterrâneo, basicamente para proteger Israel, e unidades aéreas militares na base de Aviano, Itália, para não mencionar os altos custos de deslocamentos freqüentes para a Península Arábica e a área do Golfo de forças aéreas e terrestres dos Estados Unidos e de unidades navais da Sexta Frota, a qual normalmente opera no Oceano Pacífico. Há muitos anos atrás, o então subsecretário de Estado George Ball estimou que o verdadeiro custo financeiro de Israel para os Estados Unidos era de 11 bilhões de dólares ao ano. Desde então, a ajuda externa direta dos EUA a Israel praticamente dobrou, e simplesmente convertendo essa cifra original para dólares em 1998 a colocaria num patamar consideravelmente mais elevado. Em seguida, vem o custo de Israel para o prestígio e a credibilidade internacional dos Estados Unidos. Os americanos parecem constantemente surpresos com os fracassos de nossa política externa no Oriente Médio. Isso decorre de uma profunda ignorância do histórico da disputa israelo-palestina, a qual, por sua vez, resulta da relutância da grande mídia dos EUA em apresentar os fatos objetivamente.
Ao aproximar-se o fim do século XIX, quando o sionismo político foi criado na Europa, os judeus eram uma pequena fração da população da Terra Santa, boa parte da qual era maciçamente cultivada e densamente povoada, e certamente não era nenhum deserto à espera de ser reclamada por forasteiros.
Mesmo em 1947, depois de meio século de imigração sionista e um influxo de refugiados judeus de Hitler, os judeus ainda constituíam somente uma terça parte da população da Palestina sob mandato britânico. Somente sete por cento da terra era de propriedade judia. Mesmo quando as Nações Unidas repartiram a Palestina naquele ano, o potencial Estado judeu recebeu 53 por cento e o árabe só 47 por cento do território. Jerusalém deveria permanecer em separado, sob supervisão internacional, isto é, um corpus separatum, nas palavras das Nações Unidas.
Um dos mitos no qual muitos americanos ainda acreditam é o de que a guerra inicial entre os árabes e os israelenses irrompeu em 15 de maio de 1948, quando os britânicos se retiraram e unidades militares do Egito, Jordânia, Iraque e Síria entraram na Palestina, supostamente porque os árabes tinham rejeitado um plano de partilha que os israelenses aceitaram.
De fato, a luta começara quase seis meses antes, imediatamente depois que o plano de partilha foi anunciado. Nesse tempo, quando os exércitos árabes intervieram em maio, cerca de 400.000 palestinos já haviam fugido ou sido expulsos de suas casas. Para as nações árabes, as forças militares que eles enviaram à Palestina eram uma missão de resgate para sustar a expropriação dos palestinos das áreas que as Nações Unidas haviam concedido tanto para o Estado judeu quanto para o Estado palestino. De fato, a história revelou que as forças jordanianas tinham ordens de não penetrar nas áreas que as Nações Unidas haviam conferido a Israel.
Embora o governo israelense recém-criado não houvesse formalmente rejeitado o plano de partilha, na prática ele nunca o aceitou. Até hoje, meio século passado, Israel ainda se recusa a definir suas fronteiras. De fato, quando a guerra de 1947 e 1948 acabou, o Estado de Israel ocupava metade de Jerusalém e 78 por cento da antiga Palestina mandatária. Cerca de 750.000 palestinos cristãos e muçulmanos tinham sido expulsos das cidades, aldeias e casas para as quais as forças militares israelenses nunca permitiram que retornassem.
As quatro guerras que se seguiram, três delas iniciadas por Israel — em 1956, 1967 e 1982 — e uma delas começada pelo Egito e Síria para recuperar suas terras ocupadas em 1973, aconteceram sobre partes do Líbano, Síria, Jordânia e Egito que os israelenses ocuparam militarmente naquelas guerras, a outra metade de Jerusalém e os 22 por cento da Palestina — compreendendo a Cisjordânia e a Faixa de Gaza — que é tudo que resta para os palestinos. É ainda a má vontade de sucessivos governantes americanos para reconhecer esses fatos históricos, e ajustar as políticas dos EUA para o Oriente Médio a fim de reparar esses erros, que resultou numa perda tão devastadora de credibilidade internacional. Os americanos, que foram uma vez identificados com as modernas escolas, universidades e hospitais que eles construíram por todo o Oriente Médio, num processo iniciado há mais de 150 anos, agora são identificados com o mau uso que os EUA fazem do seu direito de veto nas Nações Unidas para acobertar as violações israelenses dos direitos humanos dos palestinos que vivem nas terras que Israel tomou pela força. A ocupação israelense viola o prefácio à Carta das Nações Unidas que condena a aquisição de territórios pela guerra. O que Israel vem fazendo nos territórios ocupados também viola a Quarta Convenção de Genebra, a qual proíbe a transferência de populações para ou de tais áreas. Os governantes dos países do Oriente Médio que chegaram a olhar para os Estados Unidos como seus protetores do colonialismo europeu, agora acham muito difícil justificar a manutenção de relações cordiais com os Estados Unidos. Governos árabes amigáveis estão prejudicados devido a suas alianças com os EUA, e a queda de um deles, o reino hashemita do Iraque, foi diretamente atribuído à retirada prematura de suas forças armadas da Palestina durante a guerra de 1948 e seu subseqüente ingresso numa aliança militar com os EUA e a Grã-Bretanha.
Mesmo nossos aliados europeus e asiáticos fizeram coro deplorando a perpétua posição dos EUA a favor de Israel. Numa recente votação de uma resolução na Assembléia Geral da ONU exortando Israel a suspender novas usurpações de terras palestinas por parte de colonos judeus, somente os EUA e a Micronésia votaram com Israel. Das 185 nações-membros da ONU, todas as demais, sem exceção votaram contra Israel ou se abstiveram.
Mesmo assim, os americanos parecem esquecidos desses exemplos de como suas políticas para o Oriente Médio centradas em Israel estão isolando os Estados Unidos no mundo. Em seguida, vem o custo de Israel para o sistema político doméstico americano. Em dezembro de 1997, a revista Fortune pediu a profissionais lobistas para escolher o grupo de interesse específico mais poderoso nos Estados Unidos. Eles escolheram a American Association of Retired Persons (Associação Americana de Aposentados) que atua a favor de todos os americanos que têm mais de 60 anos.
Em segundo lugar, entretanto, veio o American Israel Public Affairs Committee-AIPAC (Comitê de Negócios Públicos Israel-americano) o lobby oficial de Israel em Washington, D.C., com um orçamento de 15 milhões de dólares — cujos recursos a AIPAC se recusa a revelar — e 150 empregados. Em troca, pode lançar mão de recursos da Conferência de Presidente das Grandes Organizações Judias Americanas, um grupo máximo constituído para coordenar os esforços a favor de Israel de cerca de 52 organizações nacionais judaicas.
Entre essas organizações estão grupos como a Liga Anti-Difamação da B'nai B'rith, com um orçamento de 45 milhões de dólares, e Hadassah, grupo de mulheres sionistas que gasta mais do que a AIPAC e manda milhares de americanos anualmente a Israel em visitas supervisionadas pelo governo israelense.
Tanto a AIPAC quanto a ADL mantêm departamentos de "pesquisa de oposição" secretos que compilam arquivos sobre políticos, jornalistas, acadêmicos e organizações, e divulgam essas informações através de conselhos da comunidade judaica para grupos e ativistas pró-Israel, a fim de prejudicar as reputações daqueles que ousarem falar livremente e sendo assim rotulados de "inimigos de Israel".
No caso da ADL, batidas policiais nos escritórios da organização em Los Angeles e San Francisco concluíram que muitas das informações que esses escritórios haviam compilado eram falsas e, portanto, caluniosas, e algumas delas haviam sido obtidas ilegalmente.
No caso da AIPAC, essa não é a atividade mais controversa da organização. Na década de 70, membros do conselho nacional de diretores da AIPAC passaram a formar, enganosamente, uns chamados comitês de ação política local (PACs) os quais coordenariam seus esforços no apoio de candidatos nas eleições federais. Até hoje, pelo menos 126 PACs pró-Israel foram registrados, e não menos do que 50 PACs, como a AIPAC, podem dar a um candidato que esteja enfrentando uma oposição forte e que tem votado de acordo com as recomendações da AIPAC até meio milhão de dólares. Isso é dinheiro suficiente para comprar todo o tempo de televisão necessário para ganhar a eleição na maioria dos estados do país.
O que é absolutamente inédito acerca da cadeia de comitês de ação política da AIPAC e que todos eles têm nomes fictícios. Quem poderia saber ao certo que o PAC de Delaware Valley na Filaldéfia, "San Franciscan for Good Government in California" (São-franciscanos para o bom governo da Califórnia), Cactus PAC no Arizona, Chili PAC no Novo México, Beaver (castor) PAC no Winsconsin e mesmo Ice (gelo) PAC em Nova Iorque são realmente PACs pró-Israel?
Assim como nenhum outro interesse especial para pôr tanto dinheiro vivo na campanha eleitoral de um candidato como o faz o lobby de Israel, nenhum outro interesse especial foi tão longe na busca de apagar suas pistas. Alguns dos servidores públicos mais sábios e renomados da América foram impedidos de ganhar postos mais elevados pelo veto do lobby de Israel. Um líder assim, foi George Ball, que serviu na administração Kennedy como Subsecretário de Estado e na administração Johnson como embaixador dos EUA junto às Nações Unidas. Em vista de seu notável talento para prever acontecimentos internacionais, não resta dúvida de que ele teria sido Secretário de Estado se não tivesse expressado publicamente seu ceticismo sobre a relação dos EUA com Israel, o que a maioria dos americanos envolvidos em negócios estrangeiros sente privadamente.
Em encontros oficiais, aos quais jornalistas não têm acesso, os presidentes da AIPAC jactaram-se de que a organização era responsável pelas derrotas de dois dos diretores mais famosas da história do Comitê de Relações Exteriores do Senado, o democrata J. William Fulbright, de Arkansas, e o republicano Charles Percy, de Illinois. A lista de outros senadores e membros do Parlamento cujas derrotas eleitorais são atribuídas à AIPAC é longa demais para ser contada.
Há um bom número de provas também para se afirmar que, não fossem complexas manobras do lobby de Israel, incluindo incentivos a candidatos de um terceiro partido e incansável proselitismo exercido por colunistas e outras figuras da mídia que trabalharam pró-Israel, o presidente democrata Jimmy Carter provavelmente teria sido reeleito em 1980.
O custo para o nosso sistema político, ao perder figuras nacionais que se recusaram a permitir que os interesses políticos nacionais dos EUA ditem a política externa dos EUA tem sido enorme. Enquanto a AIPAC e outros lobbys poderosos continuarem a impedir esforços importantes a favor da reforma financeira das campanhas, os americanos continuarão pagando imperceptivelmente esses custos.
Finalmente, há o custo de Israel em vidas americanas. Referências ao ataque por aviões e barcos torpedeiros israelenses ao US Liberty, no qual 34 americanos foram mortos e 171 feridos no quarto dia da Guerra dos Seis Dias em junho de 1967, são sempre recebidas com perplexidade. Muitos poucos americanos parecem ter ouvido sobre o ataque ao navio operado pela Marinha dos EUA para a Agência Nacional de Segurança monitorar as comunicações militares israelenses e árabes durante o conflito.
O governo israelense alegou que foi um caso de erro de identidade. Os membros da tripulação e outros oficiais navais que estavam estacionados no Mediterrâneo e em Washington, na ocasião, afirmam que foi uma tentativa deliberada para afundar o navio e culpar as forças egípcias pelo desastre. Esse é o único evento desse tipo na história naval americana cuja causa nunca foi formalmente investigada, fosse pelo Congresso, fosse pela própria Marinha. Perdas maiores de vidas americanas nas mãos das forças árabes que se opõem a Israel são melhor conhecidas. Estas incluem a perda de 141 militares dos EUA no bombardeio de acampamentos da Marinha dos EUA em Beirute, em 1984. Incluem também a perda de diplomatas dos EUA e empregados locais do governo dos EUA em dois bombardeios à Embaixada dos EUA em Beirute. Outros eventos semelhantes incluem o bombardeio à Embaixada dos EUA no Kuwait, a tomada de reféns americanos em Beirute, dos quais três foram mortos, as mortes de americanos numa série de seqüestros de aviões relacionados com a questão do Oriente Médio, as mortes de 19 funcionários dos EUA no bombardeio das Torres Al Khobar, na Arábia Saudita, e o assassinato de 1997 de quatro contadores trabalhando para uma companhia americana em Karachi.
Todos esses incidentes, e muitos outros nos quais americanos foram mortos, resultaram diretamente do apoio americano unilateral a Israel em sua recusa de participar do acordo "terra por paz" com os palestinos e seus outros vizinhos árabes, previsto na Resolução 242 do Conselho de Segurança da ONU. Os EUA fingiram apoiar essa resolução desde novembro de 1997. Mas na prática nada fizeram para forçar Israel e cumpri-lo, muito embora a resolução tenha sido aceita pelos membros da Liga de Estados árabes. A hipocrisia dos EUA provoca ira e frustração em todo o Oriente Médio e sul da Ásia, o que continuará a cobrar vidas americanas até que Israel finalmente devolva as terras que ocupou em 1967, ou os EUA parem de subsidiar a intransigência israelense.
Alegações de que há aspectos positivos no relacionamento EUA-Israel raramente resistem a uma análise. Durante a administração Reagan, a expressão "relação estratégia" foi empregada pela primeira vez, conferindo benefícios aos EUA e a Israel. A idéia de que Israel — menor do que Hong Kong tanto em população quanto em área — possa oferecer aos Estados Unidos benefícios suficientes para compensar a hostilidade que a relação desencadeia entre 250 milhões de árabes numa extensão estratégica de território de 4.000 milhas que vai do Marrocos a Omã, é ridícula. Torna-se ainda mais ridícula quando se imagina que a relação também alienou outros 750 milhões de muçulmanos os quais, juntamente com os árabes, controlam mais de 60 por cento das reservas comprovadas de petróleo e gás. Os apologistas de Israel também descrevem a cooperação EUA-Israel em desenvolvimento de armas. O fato é que um ou dois programas de armas conjuntos bem sucedidos foi amplamente financiado pelos EUA, enquanto por sua parte os israelenses têm repetidamente vendido para nações corruptas armas passadas a Israel sem nenhum custo.
É um fato triste mas comprovado que o governo israelense também obteve tecnologia militar secreta dos EUA, os quais Israel vendeu a outros países. Por exemplo, depois que os EUA enviaram baterias defensivas de mísseis Patriot por motivo de uma emergência para defender Israel durante a Guerra do Golfo, os israelenses parecem ter vendido a tecnologia do míssil Patriot à China, de acordo com o inspetor geral do Departamento de Estado. Em conseqüência, os EUA foram obrigados a desenvolver toda uma nova geração de tecnologia de mísseis capazes de penetrar as defesas que a China desenvolveu por causa da traição israelense. Talvez a racionalização mais hipócrita oferecida pelos amigos de Israel é que o tratamento especial dado pelos EUA é justificado porque Israel "é a única democracia em funcionamento no Oriente Médio", e que Israel e os EUA têm muitas instituições básicas em comum. De fato, a democracia israelense não funciona para não-judeus. Ao contrário dos EUA, onde pela lei todos os cidadãos têm direitos iguais independentemente de origem religiosa ou étnica, cidadãos muçulmanos e cristãos de Israel não têm direitos iguais aos judeus com relação a serviço militar, aos extensos benefícios sociais disponíveis para os veteranos do serviço militar israelense, ou mesmo em termos de tributos israelenses impostos aos cidadãos árabes e aos investimentos do governo israelense em comunidades árabes dentro de Israel.
Ademais, a cidadania israelense não está ao alcance dos muçulmanos e palestinos cristãos expulsos de seus lares em Israel em 1948, nem dos seus descendentes. Mas um judeu nascido em qualquer parte do mundo, pode ter cidadania israelense quando solicitada.
Talvez mais chocante seja o fato pouco conhecido de que atualmente 90 por cento da terra em Israel mesmo é mantida sob cláusulas impedindo não-judeus, mesmo aqueles que têm cidadania israelense, de possuir a terra ou de usá-la como um meio de vida. Infelizmente, as terras sob essas cláusulas estão aumentando, não diminuindo. Seria difícil, portanto, encontrar dois países mais profundamente diferentes em suas abordagens das questões essenciais da cidadania e dos direitos civis e humanos do que os Estados Unidos e Israel.
por Richard Curtiss
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