segunda-feira, 2 de agosto de 2010

DIRETO DE CUIABÁ, MATO GROSSO!

Carlos Abicalil: “Só em Mato Grosso 270 mil brasileiros deixaram a linha da pobreza”

Em entrevista à CNB, Carlos Abicalil fala sobre projetos, metas para um futuro mandato ao Senado pelo Mato Grosso, e conquistas do estado durante governo Lula.

1) Segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), seu nome está entre os parlamentares em ascensão no Congresso Nacional. A que se deve esse desempenho?
É a terceira vez que recebo essa avaliação. Honra-me muito estar nesta condição em plena campanha de 2010. O mesmo Diap, recentemente, avaliou também nossa perspectiva de chegada ao Senado. O fato de ter presidido a Comissão de Educação no primeiro mandato, ter relatado matérias importantes, aprovar oito Emendas a Constituição, coordenar nossa bancada por três vezes consecutivas, ser vice-líder do PT e agora vice-líder de Lula no Congresso Nacional fortalecem os vínculos com movimentos sociais e populares e com as demandas mais legitimas de nosso povo. Aumenta o ânimo na campanha, pois representa um ponto de partida com um balanço muito afirmativo destes sete anos e meio.
2) Na sua avaliação, quais são as principais questões envolvendo o Mato Grosso no Senado e como o sr. pretende trabalhá-lhas?
O Senado representa a federação. Temos igualdade de representação com qualquer outro Estado ou Distrito Federal, independente de sua densidade demográfica ou peso econômico. Mato Grosso tem papel destacado e ascendente no cenário econômico, tem melhorado progressivamente seus indicadores sociais, tem imensas potencialidades ainda inexploradas, vai sediar a Copa 2014. Demanda muitos investimentos em infraestrutura e logística - notadamente ferroviária, rodoviária e de energia, em equipamentos e políticas sociais universais, como saúde, segurança e educação. Uma nova pactuação federativa na ordem tributaria também é fundamental, assim como um melhor equacionamento da dívida pública. Mais recursos de investimento, melhor condição de acesso ao crédito produtivo, zelo com nossa enorme área de fronteira, proteção a infância e formação integral da juventude constituirão nossas pautas. O trabalho decente, o emprego qualificado e a consolidação da reforma agrária continuam prioridades também.
3) As riquezas do pré-sal poderão fazer com que a educação pública brasileira dê um grande salto de qualidade. Qual a importância desse avanço para o futuro do Brasil? Quais são as maiores carências da Educação hoje?

Os recursos do Pré-sal, o fim da Desvinculação de Recursos da União (DRU), as metas do novo Plano Nacional de Educação (PNE) são perspectivas únicas muito animadoras, que encontrarão no meu mandato o destaque que a sociedade exige. Educação é investimento. Os desafios não são para nos assustar, são para nos incomodar e avançar ainda mais.Sobre as carências digo que a educação pública vem melhorando progressivamente nos últimos anos. Os resultados do IDEB refletem uma melhoria progressiva de baixo para cima. Ainda estamos longe do patamar equivalente aos países da OCDE (nota 6.0) no desempenho dos estudantes. Mas, não se pode esquecer que saímos de 3,6 para 4,6 nos anos iniciais, de 3,6 para 4,1 nos outros anos. Reflexo de uma evolução positiva das políticas educacionais que defendi: o FUNDEB, a nova relação federativa, o reforço dos recursos dobrados para o livro didático, o transporte e a alimentação escolar, a inclusão dos jovens e adultos como responsabilidade compartilhada pelo Governo Federal, além dos programas de formação continuada e de qualificação profissional para professores e funcionários.

O Piso Profissional e a organização das carreiras estão em curso. O problema que vivemos no ensino médio, por outro lado, é um fenômeno nacional. São jovens e adolescentes que iniciaram sua trajetória escolar há 11 anos ou mais e que sofreram os revezes das políticas redutoras do período do neoliberalismo protagonizado pelos governos do passado. Todos os indicadores do ensino fundamental de hoje apontam uma significativa melhora de expectativas para quem entra agora no sistema.

Por outro lado, a crise no ensino médio é mundial, também. Entretanto, a retomada da educação técnica de nível médio, a implantação do Ensino Médio Integrado, a expansão das escolas federais, o fortalecimento da rede de CEPROTECs, o novo ENEM, a expansão das Universidades Públicas (UNEMAT e UFMT) e o PROUNI mais do que duplicaram o acesso dos estudantes ao ensino superior. É necessário, portanto, seguir mudando.

Tenho confiança de que os programas complementares federais Mais Educação (tempo integral), 2° Tempo, Mais Cultura e Escola Aberta favorecerão este cenário de boas expectativas.

O desafio do PAC II de incluir as 6000 novas creches, quadras poliesportivas cobertas, banda larga nas escolas, laboratórios e bibliotecas, aliadas à valorização profissional cumprirão os objetivos a que pretendemos chegar.

4) Uma das principais características do governo Lula foi o combate às desigualdades regionais. Que benefícios essa política levou à região Centro-Oeste?

Ao lado do Nordeste, foi a região brasileira com o maior crescimento econômico, melhorando significativamente os índices sociais. Só em Mato Grosso 270 mil brasileiros e brasileiras deixaram a linha da pobreza. Fomos recordistas de crescimento do emprego formal em muitos períodos destes sete anos e meio. Hoje, crescemos quase o dobro da média nacional.

5) Quais as perspectivas para o Mato Grosso em caso de uma vitória de Dilma nas eleições presidenciais?

Dilma atuou diretamente em importantes programas estruturais de Mato Grosso: em energia, em habitação popular, no PAC I e, agora, na concepção do PAC II. Temas importantes que travavam o desenvolvimento econômico e social foram encontrando solução sob sua coordenação direta. O Programa Luz para Todos, por exemplo, interligou 100 mil famílias à rede de energia. Chegamos a 120 mil ligações no final de 2010. A conclusão da Cuiabá-Santarém (BR 163), incluída no PAC supera 16 anos de estagnação. O avanço da BR 158 de Ribeirão Cascalheira à divisa com o Pará é outro exemplo. A Copa 2014 e seus impactos sobre a qualidade de vida na Baixada Cuiabana é produto desta mesma articulação.

Mato Grosso desenvolvei em parceria com o Governo Federal o maior programa habitacional da história. Mais de 60 mil unidades já concluídas e mais 20 mil em contratação do “Minha Casa, Minha Vida”.

Esta eleição será ganha pelo testemunho dos milhões de brasileiros e brasileiras que viram sua vida melhorar.

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