Como Dilma pode ter votação bem maior que Lula teve em 2002 e 2006? Essa é a pergunta que se faz dez entre dez analistas políticos da velha mídia, que até o início do ano repisavam suas teses que era limitada a capacidade de transferência de votos do presidente Lula e previa uma vitória tranqüila da oposição.
Não sou adepto daquela teoria que atribui a responsabilidade pela, mais do que provável, tranquilidade na vitória governista nessas eleições apenas aos bons momentos da situação econômica do país. Pode ser até um dos motivos, mas não o único para essa vantagem enorme tão precocemente aberta por Dilma em relação ao candidato de oposição, José Serra.
Além da economia e da aprovação das ações do governo Lula e do presidente, o comportamento errático do consórcio oposição/velha mídia precipitou a decisão tanto de setores mais conservadores quanto dos mais liberais das classes média e alta, que são formadores de opiniões e menos suscetíveis ao otimismo que toma conta das pessoas menos favorecidas em épocas de bonança.
Os setores mais conservadores se sentiram traídos ao perceberem a tentativa patética da campanha de José Serra de esconder FHC e tentar pegar carona na popularidade de Lula, isso depois de durante oito anos pregarem, via velha mídia, o velho e batido discurso anti-PT e anti-Lula, que só fez alimentar o ódio desses setores, agora perplexos com a tentativa de seus líderes de se fazerem passar por aliados do presidente. Os decepcionados desses setores tendem a votar nulo, em branco ou não comparecer no dia da votação.
Os setores mais liberais ficaram apavorados ao perceberem a aproximação de Serra com a extrema-direita, evidenciado no discurso sectário e obsoleto anti-esquerda, tática sórdida que já não funcionava desde o início dos anos 90. A tentativa de demonização daqueles que lutaram contra a ditadura, com manipulação de fatos isolados, tirando dos seus contextos históricos foi a gota d’água para esse desembarque coletivo, inclusive daqueles que normalmente vem votando nos tucanos, independente da situação econômica do país. Os decepcionados desses setores tendem a votar em Dilma ou em Marina.
Essa movimentação precoce e adesão de antigos não-eleitores resultou nessa vantagem folgada pró-Dilma com mais de seis semanas de antecedência para a eleição no primeiro turno, que superou as expectativas até dos governistas mais otimistas.
Infelizmente essa derrota acachapante que se desenha parece que não está ensinando nada de positivo para a oposição e velha mídia, já que em vez de procurarem encontrar os verdadeiros motivos para a derrota e tentar corrigi-los no futuro para que não aconteçam novamente, estão procurando apenas terceirizar culpados, pois falta humildade para assumir os erros e incapacidade de detectá-los.
Com a dependência cada vez menor da sociedade brasileira das fontes de informação viciadas, a suscetibilidade diante da manipulação diminui e o perfil da sociedade vai se transformando e ficando menos conservador. Estamos presenciando uma fase de transformação benéfica da sociedade brasileira, um amadurecimento político que trará a estabilidade necessária para que o país continue realizando as mudanças tão necessárias para ocupar o espaço de protagonismo nesse redesenhado mapa geo-político mundial.
Do Blog do LEN
2 comentários:
Cumpadi, essa direita maldita tá mais perdida que cotoco de lagartixa torado.Abração.
E o pior, cumpadi! É daquele cotoquim que fica no chão quente dando pinote sem parar!
Abs!
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