O candidato do Psol à presidência da República, Plínio de Arruda Sampaio, aproveitou nesta quinta-feira (12) a gravação de uma entrevista ao Jornal Nacional para protestar contra o tempo reduzido que a Rede Globo lhe oferecera (três minutos, contra doze para os demais candidatos), e teve a gravação interrompida.
Após ouvir a primeira pergunta, Plínio pediu para fazer um breve pronunciamento, de acordo com seu próprio relato. "Fiz uma brincadeira dizendo que a Globo estava inaugurando duas classes de entrevista, a executiva para os candidatos chapa branca, e a econômica para mim. Disse ainda que sempre fui um homem de classe econômica e que nunca me incomodei com isso, mas que achava estranho".
Após essa declaração de Plínio, a gravação foi interrompida. A direção do jornal entendeu que se o candidato mantivesse sua fala, os jornalistas teriam que responder defendendo a empresa durante o tempo válido da entrevista.
"Houve um burburinho geral, daí se chegou ao acordo de que eu refizesse a fala", explicou o candidato. "Percebi que me prejudicaria, pois a entrevista viraria um bate-boca, então preferi a solução proposta e regravei minha resposta, apenas reclamando do pouco tempo que me deram", disse Plínio.
Na entrevista, o candidato falará sobre ocupação de terras e pagamento da dívida pública. "O que ninguém me pergunta é sobre o calote social que é cometido contra a população mais pobre", diz ele. A reportagem do Terra tentou falar com a direção do Jornal Nacional e foi informada de que ainda não havia uma posição oficial sobre o caso por parte da emissora.
Do Terra (Eleições 2010)
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Comentário da editoria-geral do Terra Brasilis:
Plínio de Arruda Sampaio é um senhor a quem se deve todo o respeito por sua trajetória política, por seu envolvimento com os movimentos sociais e por sua decência. Agora, se ele realmente disse que foi uma brincadeira o que fez com a Globo e sentiu que "[se] prejudicaria, pois a entrevista viraria um bate-boca", ele prestou um desserviço ao direito democrático de pleitear o mesmo tempo destinado a Dilma, Marina e Serra. Ele deveria não aceitar a "sugestão" dos Globais e bater o pé em relação à queixa exposta (justa, diga-se de passagem). O que restou desse episódio (se de fato ocorreu) foi o fortalecimento da prepotência da emissora, uma vez que ela ditou o tempo e fez com que o candidato do Psol engolisse o seu discurso. Lamentável. Pergunto: onde está o candidato que, no debate da BAND, usou de uma viperina ironia para mostrar sua alternativa de poder?
3 comentários:
A editoria-geral do Terra Brasilis deve estar de brincadeira... O comentário sobre o posicionamento do candidato Plínio e o "desserviço ao direito democrático" é de duas uma; ou muita ingenuidada desta editoria ou muita demagogia. Se ele tivesse feito o que vocês propuseram ele simplesmente não falaria nada. A lei da mordaça impera neste país aos que não são filhos ou amigos "do rei". Infeliz comentário do Terra Brasilis.
Caro anônimo, a editoria-geral do Terra Brasilis não aceita comentários de Anônimos, mas abriu uma exceção para afirmar a você que o comentário ao conteúdo da postagem está mantido, sem retirar uma vírgula sequer. Quanto à sua posição, apenas a respeito, mas não concordo com ela.
Abs!
ps. A livre manifestação será concedida a você na próxima vez, desde que assine, porque ANÔNIMO não tem voz.
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