terça-feira, 10 de agosto de 2010

NÃO É O SOTAQUE DOS JORNALISTAS QUE ATRAPALHA JOSÉ SERRA, MAS O MEDO DE ELE RESPONDER ÀS PERGUNTAS FORMULADAS

Da editoria-geral do Terra Brasilis:
As jornalistas que assinam a matéria no Correio Braziliense (AQUI) foram buscar no argumento de autoridade a justificativa para o fato de o candidato José Serra ter dificuldade de entender algumas perguntas feitas pela imprensa não paulistana. O argumento de autoridade é válido, pois, no campo dos estudos linguísticos, é mais do que aceita a  existência  das variações regionais em qualquer língua. A professora Thais Cristófaro não só ratifica essa realidade factual, como também assume uma postura ética ao dizer que seu parecer careceria de uma análise técnica. 
Essa análise técnica, da qual fala a professora da UFMG, só seria possível com o acesso à fala dos jornalistas que fizeram as perguntas a Serra e ao contexto no qual elas foram formuladas. Isso implica analisar o evento linguístico no plano fonético (pronúncia, entonação) e no plano léxico-semântico (uso de palavras cujo significado pode se diferenciar de região para região).

Entretanto o que a editoria-geral do Terra Brasilis põe para a reflexão é: jornalistas tendem a fazer uso da língua a partir do que se convencionou denominar padrão-culto, ou seja, a língua que se deva compreender em todas as regiões do território nacional. Ainda que  jornalistas de outras regiões "carreguem" no sotaque (uma forma de pronúncia específica), um homem como José Serra não sofreria apertos para  entender e responder às perguntas dos jornalistas envolvidos. Aqui, parece-me, está o problema na postura do candidato do PSDB: ele ouve (bem ou mal, dependendo das condições em que as perguntas são enunciadas) e compreende... mas não quer responder para não se comprometer. Possivelmente, as perguntas devam ter trazido em seu bojo um certo desconforto para quem estava na dianteira nas pesquisas e começa a perder o posto.

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