Por volta de 1h50 deste sábado (4), três viaturas do Sistema Penitenciário e da Polícia Militar chegaram ao Centro de Triagem de Abreu e Lima (Cotel) trazendo a bordo os irmãos Marcelo e Valfrido Lira, após veredicto do julgamento do assassinato de Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão. A passagem pela unidade prisional, desta vez, contudo, foi apenas uma formalidade. Absolvidos por 4 votos a 3, os irmãos se dirigiram à unidade apenas para assinar documentos antes da esperada liberdade. Na frente do Cotel, familiares dos dois kombeiros aguardavam ansiosamente o momento do reencontro. Após sete anos de angústia, o abraço esperado, o beijo na mãe e nas esposas, a volta para casa.
A primeira reação dos irmãos ao deixar a prisão foi abraçar os familiares e agradecer. "Deus com certeza fez justiça. Acreditei muito nos meus conterrâneos, nos ipojucanos e eles com certeza não vão se arrepender de ter me absolvido. Eu só tenho a agradecer a todos os ipojucanos e a todos os meus amigos", disse Marcelo. "Jesus mostrou nossa inocência. Eu tenho minha consciência limpa que nunca matei ninguém", completou Valfrido.
Ainda na porta do Cotel, os kombeiros falaram o que esperam daqui para a frente. "Nova vida agora. Vou tocar minha vida para frente, tomar conta da nossa família, da minha mãe... Tenho certeza, amanhã ou depois, não sei, quem sabe é ele (Deus), vai mostrar o verdadeiro culpado. Eu nunca dei uma tapa em ninguém, nem matei. Estou com minha consciência limpa, meu coração limpo. Então vou trabalhar pela minha família", desabafou Valfrido.
Marcelo se disse tranquilo durante todo o julgamento, pois sabia que a verdade viria à tona. "Estava consciente e tranquilo de que tudo ia dar certo. Não existe nos autos nenhuma prova concreta de que nós matamos aquelas meninas. Jamais em minha vida eu teria coragem de matar alguém. Não era possível levar a gente a uma condenação só com papel de bombom e barbeador", ponderou. Valfrido ainda fez questão de destacar o trabalho dos advogados e, principalmente, do promotor Miguel Sales, afastado do caso pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por suposto favorecimento aos dois. "Agradeço a doutor Miguel, que perdeu até o emprego dele, mostrando a verdade. Só ele viu a verdade", enfatizou.
Do JC Online
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