domingo, 17 de outubro de 2010

Crime eleitoral: PF faz busca e apreensão de panfletos criminosos contra Dilma

A polêmica sobre a distribuição dos panfletos usando o nome da CNBB começou a tomar corpo durante o feriado de Nossa Senhora Aparecida, no último dia 12. Alguns folhetos foram distribuídos nas comemorações da data em Aparecida, no interior paulista, em nome da CNBB. A entidade, entretanto, negou a autoria do documento e desautorizou o uso de seu nome para interferir no debate eleitoral.
Representantes do Partido dos Trabalhadores de São Paulo descobriram neste sábado uma gráfica no bairro do Cambuci, zona sul da cidade, que imprimia panfletos atacando o partido da presidenciável Dilma Rousseff.
Veja o panfleto apócrifo da CNBB descoberto em uma gráfica da zona sul de São Paulo.
O pai do dono da Editora Gráfica Panda, Paulo Ogawa, disse que os panfletos foram encomendados pelo bispo Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, da diocese de Guarulhos, cidade da região metropolitana de São Paulo. Segundo ele, o bispo encomendou 2 milhões e 100 mil exemplares do panfleto, que seriam distribuídos em igrejas e eventos religiosos católicos. Fato comprovado por documentos apresentados. Os panfletos tinham o logo da CNBB e chamava atenção para a defesa que o PT faz de temas relacionados ao aborto.
Paulo Ogawa apresentou a carta de Bergonzini pedindo a impressão dos jornais e o recibo de pagamento. O valor pago pelo negócio era de R$ 3 mil a cada 100 mil exemplares impressos. A gráfica foi descoberta pelo deputado estadual Adriano Diogo (PT-SP).
Crime eleitoral
O PT de São Paulo registrou um boletim de ocorrência no 5° DP. A legenda entrou nessa tarde com representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, para tentar impedir a distribuição de material contra a candidata Dilma Rousseff.
Segundo o advogado Pierpaolo Cruz Bottini, a representação pede a apreensão do material para avaliação acerca de sua legalidade. O advogado afirma que o panfleto configura crime eleitoral e propaganda irregular.
Neste momento, os panfletos estão sendo apreendidos pela Polícia Federal. “Como se trata de material de campanha nacional, a busca e apreensão serão feitas pela Polícia Federal”, informou ao Viomundo o deputado estadual Adriano Diogo (PT), que foi quem denunciou a gráfica. “A ação da PF deve acontecer.
CNBB
O jornal com o logo da CNBB é datado de 26 de agosto de 2010 e faz duras críticas ao PT. O documento é assinado pelos bispos Nelson Westrupp, Benedito Beni dos Santos e Airton José dos Santos, da regional Sul 1. Embora eles pertençam à CNBB, segundo Dom Pedro Luiz Stringini, bispo auxiliar de São Paulo, os três bispos não tem autorização para usar o logo ou assinar documentos em nome da entidade.
“Acho que eles devem ter procurado outras gráficas para imprimir o resto. Conosco foram apenas dois lotes. O primeiro entregue em três igrejas há quinze dias, com 1,1 milhão de cópias, e esse agora, que seriam entregues neste semana”, disse o pai do dono da gráfica.
Reunião da Igreja
Por conta de atos como esse dentro da própria igreja católica paulista, os membros da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil estão reunidos em Indaiatuba, interior de São Paulo neste final de semana, para deliberar sobre o uso político da fé. Ao final do encontro, os bispos devem divulgar uma carta desautorizando o uso do nome da igreja em panfletos políticos.
Dilma se pronunciou ontem sobre o assunto: “Nós sabemos a quem isso beneficia. Beneficia ao meu adversário. Agora, se foi ele ou não quem fez é o que resta provar”, emendou. Dilma voltou a se dizer vítima de uma “central de boatos” que, segundo ela, comanda uma “ofensiva” contra sua candidatura ao Palácio do Planalto.

Um comentário:

Frann disse...

Depois que a imprensa mostrou panfletos com símbolos da CNBB e o Silas Malafaia fazendo propaganda para o hipócrita Zémentirososserra,vejo que isso tudo virou um grande negócio.A teoria religiosa que pregam raras vezes são colocadas em prática.O que estamos vendo são benesses sendo recolhidas para terem conforto em seu abrigos que mais se parecem palacetes,com inúmeros empregados,veículos caros nas garagens e assim por diante.Se o Brasil mudou para os pobres a religião também passou a ser de interesse particular de líderes religiosos avessos à justiça social pregadas no livro Sagrado.O fim dos tempos é chegado pela postura partidária das igrejas de modo geral.

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