Breve resposta à mãe de um dos delinquentes autores do ataque da Av. Paulista no dia 14/11/2010
Esta senhora, ao sair da delegacia, se deparou com a vítima, abaixo, desfigurado por hematomas, cortes e graves riscos de cegueira, por cacos de vidro de lâmpadas fluorescentes. Ao vê-lo, destilou seu ódio, não ao filho querido, mas sim à vítima, talvez, por ter sido obrigada a interromper seu cotidiano e ter que resgatá-lo de um local nada confortável para sua classe social.
Sra. Soraia Costa, vosso filho é um animal, que me perdoem os animais, mas sabemos que algumas espécies, tem no instinto, o territorialismo, atacando outros da mesma espécie que não fazem parte da matilha, como seria o caso mais apropriado ao vosso “pimpolho”. Claro que lhe falta a educação e noções básicas de convívio em sociedade e que na verdade, locais como a Avenida Paulista, que é a “vitrine” de uma São Paulo próspera, segundo avaliação (sociopata) de pessoas como seu filho e seus “ilustres” amigos, deveria ser frequentada apenas por pessoas da mesma “tribo” : filhos de classe média, com roupinhas de grife e definição sexual idênticas. Para eles, a simples existência de pessoas que destoem de sua visão obtusa do padrão, é motivo para ataques, no caso, de forma covarde.
Porque covarde Sra. Soraia Costa ? Porque na verdade, não foi uma simples briga conforme reclamastes ameaçadoramente, à pobre vítima, que ousou fazer um boletim de ocorrência, conforme manifestastes. Foi um ataque traiçoeiro, pelas costas, gratuito (no vídeo vemos que as vítimas caminhavam cabisbaixas e tranquilamente), estando o atacado desarmado e distraído. Covarde também minha senhora, porque como todo animal capturado e acuado, seu filhote, chorou covardemente na delegacia, assim como o fazem os cães presos pela carrocinha, uivando e achando-se vítimas de injustiças.
No século passado, num período muito negro da Alemanha, decidiu-se que alguns cidadãos não eram merecedores de trafegar na mesma calçada que os “puros”. O final deste comportamento é de conhecimento geral.
A educação, minha senhora, começa na infância e se dá principalmente através do exemplo familiar. Não tentes relegar isto à educação do Estado ou ao Ensino Privado. Ninguém é obrigado à tolerar filhos de terceiros. Felizmente, alcançamos no Brasil, o status de funcionamento maduro das Instituições, e cenas deploráveis como estas, não terão mais vez em um país democrático .
Segue abaixo uma transcrição a respeito do valor da educação (no vosso caso a palavra correta seria adestramento) para quem sonha com a paz e convívio harmonioso, como deveria ser em um país que aponta para o crescimento social.
Não me leves à mal, temo que o crescimento da intolerância poderá fazer cada vez mais vítimas, entre elas vossa família, quando à duras penas, descobrimos que a dor do outro é idêntica à nossa.
“Licurgo foi um legislador grego que deve ter vivido no sec. IV a.C.
Convidado a proferir uma palestra a respeito de educação. Aceitou o convite mas pediu, no entanto, o prazo de seis meses para se preparar. O fato causou estranheza, pois todos sabiam que ele tinha capacidade e condições de falar a qualquer momento sobre o tema, e por isso o convidaram.
Transcorridos os seis meses, compareceu perante a assembléia em expectativa. Postou-se à tribuna e logo em seguida entraram dois criados, cada qual portando duas gaiolas. Em cada uma havia um animal, sendo duas lebres e dois cães.
A um sinal previamente estabelecido, um dos criados abriu a porta de uma das gaiolas e a pequena lebre, branca, saiu a correr espantada.Logo em seguida o outro criado abriu a gaiola em que estava o cão e este saiu em desabalada correria ao encalço da lebre. Alcançou-a com destreza, trucidando-a rapidamente.
A cena foi grotesca e chocou a todos. Uma grande admiração tomou conta da assembléia os corações pareciam saltar do peito. Ninguém conseguia entender o que Licurgo desejava com tal agressão. Mesmo assim, ele nada falou.
Tornou a repetir o sinal convencionado e a outra lebre foi libertada. A seguir, o outro cão.
O povo mal continha a respiração. Alguns, mais sensíveis, levaram as mãos aos olhos para não ver a reprise da morte bárbara do indefeso animalzinho que corria e saltava pelo palco. No primeiro instante, o cão investiu contra a lebre. Contudo, em vez de abocanhá-la, bateu-lhe com a pata e ela caiu. Logo a lebre ergueu-se e se pôs a brincar com o cão. Para surpresa de todos, os dois ficaram a demonstrar tranquila convivência, saltitando de um lado a outro do placo.
Então, e somente então, Licurgo falou:
Senhores, acabais de assistir a uma demonstração do que pode a Educação. Ambas as lebres são filhas da mesma matriz, foram alimentadas igualmente e receberam os mesmos cuidados. Assim, igualmente, os cães. A diferença entre os primeiros e os segundos é, simplesmente, a Educação”.
Hector (22/11/10)
Do Esquerdopata
2 comentários:
Caro amigo.
Voce em meu blog tem um link destacado diante de minha admiração, quero agradecer o prazer das diversas vezes em que estive em seu espaço,obrigado amigo.
Queria, se você permite, fazer uma observação.
Gostei do texto, só queria dizer que os animais recolhido pela carrocinha, não cometeram nenhum crime, são irracionais e sua captura é feita com arame em volta do pescoço que os sufoca de forma desumana. Os animais abandonados são maltratados, andam se esquivando com medo, procuram acanhadamente o que comer, normalmente estão fracos e muitas vezes doentes, e dificilmente atação alguem. Se uivam quando são capturados é de dor e desespero.
Outra coisa importante, não estão lá porque querem e sim por irresponsabilidade dos (des)humanos que os abandonam e maltratam e também por falta de uma politica coerente com a defesa dos direitos animais.
Por fim não dá para comparar com esse tipo de gente.
Quanto a agressão, ela sempre aconteceu abertamente contra o mais fraco, mas sem duvida merece destaque tal com foi publicado.
Abraços
Do seguidor e amigo
Jader Resende
Olá, cumpadi Jader!
Quero lhe dizer de minha admiração também pela condução na editoria do seu blog ao qual o Terra Brasilis também destaca um link na Lista LEITURAS DO TERRA BRASILIS na barra lateral.
Sua observação é sempre bem-vinda e com ela concordo plenamente. Ocorre que o texto não é de minha autoria e foi reblogado do Com Texto Livre, do Cumpadi ZCarlos que, por sua vez, reblogou do Esquerdopata.
No mais, volto a concordar com sua observação de que não dá para comparar os animais abandonados com as ações desses filhinhos de classe média com problemas de educação doméstica.
Grande abraço, cumpadi!
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