Nos últimos dias dois jornalistas, digamos, “não-ortodoxos” escreveram para defender Julian Assange e a empreitada do WikiLeaks.
Não são quaisquer jornalistas, mas pessoas que trabalharam para reinventar a profissão e deixar de lado as caretices que a engessavam – e que enfrentaram repetidas batalhas judiciais por isso – Larry Flint, pubisher da Hustler Magazine, e o documentarista Michael Moore.
Michael Moore / Larry Flint |
Flint, cuja história foi retratada no filme O Povo Contra Larry Flint, é aquele cara que brigou para o pornô escancarado vir às bancas de revistas. Foi processado inúmeras vezes, mas conquistou seu espaço usando a Primeira Emenda da Constituição americana, que garante a liberdade de expressão como pedra fundamental da sociedade.
“Taqui o que eu sei sobre censura: o livre fluxo e informação é menos prejudicial do que o fluxo estancado de informação. Uma democracia não pode existir sem acesso completo aos fatos”, escreveu ele ao jornal Huffington Post.
“Se o WikiLeaks existisse em 2003 quando George W. Bush estava indo à guerra no Iraque, os EUA talvez não estivessem nessa situação horrenda que estão hoje, com nossos soldados lutando em três países (contando com o Paquistão) e todos os custos consequentes em termos de sangue e dólares”.
Flint também defende que Julian é um jornalista, embora “não faça o tipo de jornalismo que se espera” – e que o grande problema seria que ele é editor estrangeiro, não o “típico jornalista da nossa grande imprensa”.
“Por isso, ele foi atacado com acusações criminais questionáveis porque sua camisinha falhou durante um encontro sexual. Dá um tempo”
O polêmico editor doou 50 mil dólares ao Fundo de Defesa de Julian Assange. Para ler o texto completo, em inglês, clique aqui.
Moore
Já Michael Moore publicou no seu site uma extensa carta ao governo sueco, acusando o país de não lidar com a complexa situação de estupros. A fonte do jornalista é um relatório da Anistia Internacional.
Ele descreve as idas e vindas do processo contra Assange – que chegou a ser extinto pela justiça sueca antes de ser retomado por pressão de parlamentares conservadores – e retoma um argumento dado por Katrin Axelsson, da organização Women Against Rape (Mulheres contra o Estupro):
“Há uma longa tradição do uso do estupro e assédio sexual por agendas políticas que não têm nada a ver com a segurança das mulheres. No sul dos EUA, o linchamento de homens negros era frequentemente justificado com base no fato que eles haviam estuprado ou até mesmo olhado para uma mulher branca. As mulheres não vêem com bons olhos o mau uso da nossa demanda por segurança, enquanto o estupro continua a ser negligenciado ou protegido”
Moore conclui o texto concordando enfaticamente com a escritora Naomi Klein: “O estupro está sendo usado na acusação a Assange da mesma maneira que a liberdade das mulheres foi usada para invadir o Afeganstão. Acordem!”
Clique aqui para ler o artigo em inglês.
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