ÁGUA DO ALENCASTRO
Alguns instantes atrás liguei a Televisão, num desses canais que entopem nossa consciência com enlatados ou com cultura inútil, disposta ter nesse lazer distração.
É comum entre aqueles que trabalham nos entulhos da civilização encontrarem atirados, sem qualquer significação, coisas uteis.
Não é diferente nesse mar de criações onde a inteligência está ausente. Mergulhada... Ops!
Encontrei uma inserção falando sobre a importância da utilização correta da água.
Encontrei uma inserção falando sobre a importância da utilização correta da água.
Descobri que ainda existe vida inteligente. Animei-me e resolvi festejar minha cidade.
Calmamente fui até ruas e bairros desconhecidos. Casas simples e outras suntuosas mostrando a realidade social e econômica, mas, encontrei algo em comum, proporcionado pelo ente público: uma piscina.
Não é exatamente igual aquela de Campos, no Rio de Janeiro. Está esta situada na rua, tendo ao fundo o asfalto, dando um tom estranho seu fundo, com o negrume contrastando a transparência da água tratada.
Não consigo imaginar quantos litros de água são despejadas, dizem a vizinhança que tem mais de 4 meses inconseqüentemente, enquanto bairros da cidade reclamam que em suas torneiras a água é tão pura que os olhos não conseguem vê-la, nem se consegue sentir ou tocá-la. Para conhecer água nesses bairros é preciso exercício de abstração .
Enquanto isso, o piscinão continua a existir e dar um toque de surrealidade.
Pode parecer irônico o que escrevo, mas, o alcaide nomeou, nomeou e não conseguiu resolver o dilema da água em minha cidade, ainda que se diga na propaganda oficial que estaria resolvido o “problema” da água por algumas décadas.
Teve acusações de que havia máfia, mas quem foi punido? Como foi ressarcido o Município e os cidadãos lesados?
Creio que seria conveniente alertar ao alcaide que a omissão e a ineficiência administrativa são tratadas constitucionalmente, podendo alcançá-lo e, mais ainda, mesmo que a doçura do legislativo municipal não perceba ou não compreenda exatamente, daqui a pouco, chegará o momento de ir as ruas pedir votos.
Quem sabe, banhar-se nesse piscinão ao lado da “satisfeita” população, possivelmente realizando aquele tipo de batizado que mergulham o escolhido para que possa emergir purificado.
Hilda Suzana Veiga Settineri
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