terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Lula é vítima de estelionatários

A Polícia Civil gaúcha inicia nos próximos dias investigação para localizar estelionatários que contrataram um empréstimo consignado no banco PanAmericano no nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dados pessoais do presidente teriam sido obtidos por hackers, por meio da invasão dos sistemas de informática da Previdência Social. As informações permitiram a obtenção de dois financiamentos, somando cerca de R$ 5 mil, no município de Uruguaiana, na fronteira com a Argentina, no ano de 2007. O crédito seria pago por meio de desconto em folha no pagamento do benefício de aposentadoria do presidente.

Segundo Rodrigo de Oliveira Vieira, promotor de Justiça do Ministério Público do Rio Grande do Sul em Uruguaiana, os recursos foram sacados e as parcelas chegaram a ser descontadas por alguns meses. Depois, com a descoberta do golpe, o banco reembolsou o dinheiro a Lula.

A Polícia gaúcha vai levar adiante a investigação do caso iniciada em outubro de 2007 pela Polícia Federal. Na época, o órgão foi procurado pela Previdência, que pedia apuração sobre o fato de os dados cadastrais do presidente terem sido alterados mais de 50 vezes.

De acordo com a assessoria de imprensa da PF, a corporação tentou rastrear os computadores responsáveis pela adulteração do banco de dados da Previdência. Como os dados não permitiam a apuração precisa dos suspeitos, a saída foi averiguar a ocorrência de fraudes que se utilizassem dos dados manipulados.

Foi a partir daí que a investigação chegou aos empréstimos feitos em Uruguaiana, com a indicação dos primeiros suspeitos. Como, nesse caso, trata-se de um estelionato e não de um crime federal (invasão do sistema de órgão federal), a PF saiu do caso e o inquérito chegou ao MP gaúcho, que nesta semana solicitou à Polícia a retomada dos trabalhos.

"O inquérito deve estar indo até esta terça-feira para a Polícia para que dêem segmento com o foco de descobrir quem fraudou", relata Vieira.

O promotor conta que a Polícia já tem os nomes e os endereços das pessoas em cujos nomes os empréstimos foram firmados, mas pondera que ainda é preciso saber se foram usados como laranjas, se agiram de má fé ou foram enganados e se há outros envolvidos no golpe.

Além do trabalho da Polícia do Rio Grande do Sul, na PF os golpistas seguem sendo investigados, já que o grupo responsável pela fraude também teria feito outras vítimas além de Lula.

Da Agência O Globo

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