Ex-ministro da Saúde e futuro líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE) não tem lá um tom de voz grave, mas, ainda assim, falou grosso na tarde desta quarta-feira.
Segundo ele, os cargos do Ministério da Saúde não devem entrar na cota das composições políticas. Para ele, há espaços em outros ministérios para abrigar as indicações partidárias das siglas que fazem parte do governo, como o PMDB.
“No caso do Ministério da Saúde, desde o primeiro momento e ao longo da campanha, a presidenta disse claramente que faria uma indicação que fosse dela. O Ministério da Saúde, na visão dela, com o que concordo integralmente, não entra no debate das composições políticas”, disse Costa, ao deixar o Palácio do Planalto, onde teve encontro com assessores da Secretaria de Relações Institucionais.
“O problema da saúde é hoje o mais importante que temos no Brasil. É preciso que o ministro tenha ampla liberdade de montar a melhor equipe possível”, acrescentou o futuro líder petista.
Nos últimos dias, a possibilidade de troca no comando da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), atualmente ocupada por um peemedebista, provocou troca de farpas entre o ministro Alexandre Padilha e o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves.
Na terça-feira (11), em encontro com o vice-presidente, Michel Temer, o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, e o líder do PMDB, ficou definido que haverá trégua na disputa por cargos no segundo escalão.
Ao falar sobre a recente disputa entre PT e PMDB pelo comanda da Funasa, Costa ponderou que poderá haver “composições políticas” na distribuições dos cargos do segundo escalão na área da saúde.
“Uma coisa é o ministro [da Saúde] ter autonomia para fazer as composições que ele entender que são relevantes do ponto de vista técnico e político. Outra coisa é se entrar em negociação em que esses aspectos não sejam levados em consideração”, disse.
Costa atenuou ainda a disputa por cargos na Esplanada dos Ministérios. “Isso é normal dentro de uma ampla aliança política. Crescemos em número de apoiadores sem que o governo tivesse o crescimento do número de espaços. Essa disputa é normal e natural.”
Em relação à possibilidade do Congresso Nacional elevar o valor do salário mínimo acima dos R$ 540 propostos pelo Executivo, o futuro líder do PT disse que o governo apenas não concordará em aumentar a proposta se não houver possibilidade.
“A política que temos desenvolvido para o reajuste do salário mínimo tem sido a que resgatou o seu valor real.” (com informações do iG)
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