É incrível a falta de caráter a que chega o jornalista Reinaldo Azevedo, titular de um blog nojento da nojenta revista Veja (não leia, se você tem estômago sensível!). Em 2009, ele gastou centenas de horas tentando provar que o golpe de Estado acontecido em Honduras não era um golpe, mas uma reação democrática a um "golpe" que seria pretendido pelo presidente Manuel Zelaya.
Sempre pródigo em autoelogios, o conhecido "Rei do Esgoto" achava que aquele golpe, condenado publicamente, mas apoiado por baixo do pano pelos Estados Unidos, seria um teste da extrema-direita na América Latina. Se tivesse sucesso, poderia servir de modelo para outras quarteladas contra governos democráticos na América Latina, inclusive o Brasil. Era importante para os fundamentalistas de direita convencerem as populações de que o golpe era "democrático", e convencer os militares nos vários países de que os EUA dariam respaldo a suas aventuras.
Reinaldo é covarde demais para explicitá-lo, mas insinua sempre que alguém deveria tirar Lula do Palácio, de pijamas, como se fez com Manuel Zelaya em Tegucigalpa. O grande erro lá teria sido deixarem o presidente sair vivo, asilar-se em países vizinhos e, principalmente, permitir que ele voltasse a Honduras abrigando-se na Embaixada do Brasil.
Foram dias e semanas da mesma ladainha. Reinaldo dizia que era o único jornalista brasileiro que havia lido a Constituição hondurenha (o idiota não sabia que eu e outras centenas de observadores mais qualificados, estudamos a Constituição). Segundo o idiota, o artigo 5 proibia qualquer iniciativa visando à mudança da Constituição no sentido de permitir a reeleição. Era "cláusula pétrea".
O "Rei do Esgoto" escondia propositalmente que Zelaya não propôs mudar aquele artigo, nem poderia ser candidato em qualquer caso. Ele pretendia que, no dia das eleições gerais, os hondurenhos pudessem votar numa urna separada sobre se queriam ou não um plebiscito que poderia ou não autorizar a convocação de uma Assembleia Constituinte. Caso aprovada, e convocada, a Constituinte somente seria eleita depois do fim do mandato de Zelaya - ele deixaria o poder em janeiro de 2010, pelas regras de então e jamais se beneficiaria de qualquer mudança.
Esses fatos óbvios foram simplesmente escondidos ou falsificados pela direita-burra brasileira, especialmente pelo "Rei do Esgoto".
Há duas semanas, o Congresso de Honduras aprovou a mudança do artigo 5 da Constituição. Haverá nova votação pelo congresso que assume este mês, mas a aprovação é certa porque a mudança é apoiada pelo atual governo, que tem maioria.
Ou seja: fizeram agora aquilo que o Reinaldo acusava Zelaya de querer fazer (uma suposição sem base factual alguma). E o que diz Reinaldo, o analista? Nada. Nem uma palavra. É como se Honduras, sobre a qual se debruçou por semanas a fio em 2009 e 2010, não mais existisse.
Mais uma vez, o imbecil da Veja trata seus pobres leitores como idiotas. Instigou-lhes uma posição favorável ao golpe (que não seria golpe), e agora, quando o golpe completa sua segunda etapa (pois o atual presidente é beneficiado pela mudança, podendo, se quiser, reeleger-se), o irresponsável cala-se, sai de fininho, assobiando...
É o cúmulo da covardia, mas não surpreende. Reinaldo é uma das figuras mais abjetas que já passaram pelo jornalismo brasileiro, um bobo da corte pago para latir pelo seu dono. Não assusta ninguém, e logo estará no ostracismo onde jaz um Cláudio Marques, por exemplo (qualquer hora eu conto a história daquele dedo-duro da ditadura na mídia).
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