A morte, em condições misteriosas, do Pe. jesuita Ferdinando Azevedo pode estar ligada ao ritual de autoflagelação [castigo físico imposto pela própria pessoa], típico da Opus Dei. As investigações seguem a linha do suicídio ou morte acidental, ainda que a hipótese de homicídio não seja descartada.
Corpo de padre tinha lesões
Marcas de lesões abaixo do ombro do padre jesuíta Ferdinando Azevedo, de 72 anos, descobertas numa análise mais detalhada pela perícia, são a nova pista para aumentar a hipótese de morte acidental em ritual de autoflagelação. Foi o que revelou ontem o perito do Instituto de Criminalística (IC) Severino Arruda, responsável pelo caso. Segundo ele, outra descoberta reforça essa tese: havia uma segunda corda na mão do religioso, que poderia ser usada para se autoflagelar. O padre foi encontrado despido, com uma corda amarrada à cintura, uma mão presa nas costas, além de uma corrente enrolada ao pescoço. A hipótese de suicídio também é investigada. Inclusive, o próprio perito sugeriu que estão analisando a possibilidade de o religioso ter praticado o ritual de penitência e depois ter se matado.
"Fiz um novo estudo aprofundado sobre o caso. Baseado nos laudos preliminares, o que posso adiantar de novidade é que havia uma outra corda na mão direita do religioso. Esse objeto pode ter sido usado para ele se flagelar, pois havia marcas abaixo do ombro. Após praticar os golpes, o padre também pode ter se matado. O que atrapalha a conclusão da perícia é o avançado estado de decomposição em que o corpo se encontrava. A perícia foi realizada cerca de 30 horas depois`, afirmou Arruda. Os versículos bíblicos em francês, escritos pelo padre durante o retiro espiritual, também servem como prova para as investigações.
O inquérito aberto pela equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) chegou, na tarde de ontem, às mãos do delegado Paulo Berenguer. Segundo ele, os resultados dos laudos periciais serão fundamentais para explicar a morte do padre Ferdinando. ´Não vou comentar nenhuma hipótese relacionada à investigação. São os laudos que vão nos guiar. O que posso dizer, por enquanto, é que já convoquei algumas pessoas para prestar depoimento`, afirmou. A Polícia Civil vai se pronunciar hoje.
A assessoria de imprensa da Universidade Católica de Pernambuco informou quea ordem Jesuíta não tem o ritual de autoflagelação entre seus costumes. Durante o velório do padre Ferdinando Azevedo, na última terça-feira, o reitor da Católica, padre Pedro Rubens, disse que não acreditava na hipótese de suicídio do amigo, assim como os demais colegas de trabalho e ex-alunos. A polícia praticamente anulou a hipótese de latrocínio, roubo seguido de morte, já que no apartamento onde o corpo foi localizado, à beira-mar do Janga, em Paulista, na última segunda-feira, não havia sinais de arrombamento, além de pertcentes e até dinheiro não terem sido levados.
Aluno do mestrado de ciência da religião da Católica, Valdemir França, 31, também está em busca de pistas para entender a morte do ex-professor. ´O clima é de mistério. A prática do suicídio não é correta. Pelo que a gente conhecia o padre Ferdinando, é difícil imaginar que um homem como ele tentaria contra a própria vida`, disse. O religioso, norte-americano, era graduado em Filosofia pela Gonzaga University (1963), tinha mestrado em História pela Loyola University of Los Angeles (1968) e doutorado em História pela The Catholic University of América (1974). [Diário de Pernambuco]
A assessoria de imprensa da Universidade Católica de Pernambuco informou quea ordem Jesuíta não tem o ritual de autoflagelação entre seus costumes. Durante o velório do padre Ferdinando Azevedo, na última terça-feira, o reitor da Católica, padre Pedro Rubens, disse que não acreditava na hipótese de suicídio do amigo, assim como os demais colegas de trabalho e ex-alunos. A polícia praticamente anulou a hipótese de latrocínio, roubo seguido de morte, já que no apartamento onde o corpo foi localizado, à beira-mar do Janga, em Paulista, na última segunda-feira, não havia sinais de arrombamento, além de pertcentes e até dinheiro não terem sido levados.
Aluno do mestrado de ciência da religião da Católica, Valdemir França, 31, também está em busca de pistas para entender a morte do ex-professor. ´O clima é de mistério. A prática do suicídio não é correta. Pelo que a gente conhecia o padre Ferdinando, é difícil imaginar que um homem como ele tentaria contra a própria vida`, disse. O religioso, norte-americano, era graduado em Filosofia pela Gonzaga University (1963), tinha mestrado em História pela Loyola University of Los Angeles (1968) e doutorado em História pela The Catholic University of América (1974). [Diário de Pernambuco]
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