sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O Globo veicula boatos: de quem é a culpa?


Da editoria-geral do Terra Brasilis

"De acordo com fulano", "segundo beltrano", "cicrano informou que". Tais expressões são, muitas vezes, típicas de um jornalismo que faz veicular determinados fatos, quer para criar o caos, quer para fazer valer interesses escusos. Este tipo de jornalismo, ao invés de informar devidamente os leitores, cria pânico e quebra o compromisso maior que é a informação checada, esmiuçada, enfim, informação com toda a fidedignidade factual possível.

Primeiro foi a Folha de São Paulo com a publicação da "Ficha Falsa de Dilma Rousseff". No episódio, a Folha dera como origem da informação  o arquivo do Dops, quando, na verdade, a fonte teria sido um e-mail [com a imagem de Dilma] recebido pela redação. Era de interesse do jornal de Otavinho repercutir o "achado" com o intuito de abater Dilma Rousseff, Lula e o PT. Depois, mas de forma matreira, o jornal reconheceu o "erro" com a publicação de uma matéria em cujo título se podia ler:  "Autenticidade de ficha de Dilma não é provada". E só. 

Agora, é O Globo dos Marinho quem dá ouvidos a boatos sem que haja checagem efetiva do fato. No dia 17/01/2011, o veículo de comunicação carioca repercutiu a informação falsa de um médico-voluntário da Cruz Vermelha. Os dados repassados pelo médico, que é funcionário da área de informática do TRE, davam conta de que a prefeitura de Teresópolis estaria impedindo a Cruz Vermelha de prestar socorro às vítimas das últimas chuvas:
De acordo com o médico Martius de Oliveira, voluntário da Cruz Vermelha, duas equipes da entidade que atuavam na área de Granja Florestal, nas imediações da localidade de Posse, teriam sido obrigados pela prefeitura a interromper as atividades e retornar
- É uma situação constrangedora. Hoje cedo chegaram aqui à base da Cruz Vermelha e colocaram todo mundo para fora e fecharam os portões - relatou o médico.[O Globo]

Além disso, o dr. Martius de Oliveira "convenceu" O Globo de que o número de mortos ultrapassava a casa de 12 mil vítimas na região [seis mil só em Teresópolis!] e que uma epidemia se avizinhava.

Sobre isso tudo se pergunta: o que fizeram os jornalistas de O Globo? Checaram a informação? Não. Buscaram outras fontes para confirmar fato gravíssimo? Não. 

O que foi feito, então? Veicularam a matéria sem a mínima preocupação com o que pudesse vir a ocorrer, caso tais dados fossem falsos. E, de fato, eram falsos.

Com o título "Boato na internet vira caso de polícia e gera pedido de desculpas", O Globo parece querer se eximir de responsabiliades. A leitura da matéria não deixa dúvidas de quem pedira "desculpas":
[...] o médico se disse constrangido com a repercussão do caso e pediu desculpas à prefeitura de Teresópolis.[O Globo]

Quanto ao veículo dos Marinho: não é comigo, não tenho nada a ver. 

E não teria? Claro que sim, pois não agiu profissionalmente, checando a informação e cotejando-a com outras fontes.

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