Se cada parlamentar tem um apreço especial por uma de suas propostas, o Projeto Teto Verde é, sem dúvida, um dos mais importantes para o vereador Vicente André Gomes (PCdoB) [foto]. A matéria, em tramitação na Câmara, quer que as coberturas dos edifícios garantam mais espaço para a vegetação. Além de ganhar no aspecto paisagístico, a iniciativa ainda diminui o calor, melhora o microclima, absorve o escoamento superficial e reduz a demanda de ar condicionado. “Considero este um dos meus melhores projetos, porque além de resgatar o verde, melhorar a qualidade de vida das pessoas no Recife, diminuindo consideravelmente o desgaste ambiental da cidade”.
De acordo com o texto do projeto, o Teto Verde deve ser feito em condomínios edificados - residenciais ou não - com mais de três unidades agrupadas verticalmente. Ele deve ser construído sobre lajes de concreto ou cobertura dos prédios, com vegetação nativa, que resista ao clima tropical e às variações de temperatura. Também deve precisar de pouca água, para evitar focos do mosquito da dengue e seguir especificações como impermeabilização, proteção contra raízes, drenagem e filtragem.
Para garantir a execução do projeto, o Poder Executivo estará autorizado a promover cursos e palestras para a divulgação das técnicas de estruturação, tipos de vegetação e substrato. A obrigatoriedade do Teto Verde é apenas para edificações aprovadas pela Prefeitura a partir da data de promulgação da lei.
O Canadá e países europeus já utilizam a tecnologia há mais de 30 anos. De acordo com a justificativa do projeto, pesquisas mostram que nestes locais a presença do verde traz benefícios psicológicos, diminui o estresse da população, reduz o consumo de energia elétrica e o tempo de escoamento das águas da chuva. “A enorme expansão de prédios e a pavimentação geram a impermeabilização do solo, que traz consequências drásticas ao ambiente, transformando a cidade em um tipo de deserto”, avaliou o autor da proposta, que também ressalta um dado preocupante. “Pesquisas feitas na Região Metropolitana do Recife já apontam a existência de ilhas de calor, principalmente com os impactos do aumento populacional, constatando-se um aumento médio de temperatura de 3ºC”.
O projeto já recebeu parecer favorável das comissões de Meio Ambiente Transportes e Trânsito, de Educação e Cultura e de Finanças e Orçamento, esta, com uma emenda sugerida pela relatoria. Ainda aguardar análise das Comissões de Legislação e Justiça e de Obras e Planejamento. [Câmara Municipal do Recife]
Em 21.01.10, às 11h14.
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