terça-feira, 18 de janeiro de 2011

TURISMO E GENTE




Tem sido comum as pessoas compreenderem toda a extensão da cadeia de produtos e serviços relacionados ao turismo.

A ênfase dada pela mídia as grandes atrações e aos mega-eventos acabam produzindo na mente do gestor público a idéia de que para promover o turismo é preciso algo de outro mundo.

Não é assim.

Quem consome produtos e serviços de turismo são pessoas, com necessidades de qualquer outro ser humano.


Precisa se hospedar bem, alimentar-se, ter opções de lazer, segurança, saúde - ops!!! – mas, isso qualquer cidade deve oferecer.

É verdade, qualquer administração que pretenda desenvolver o turismo deve começar atendendo bem sua população.
Uma cidade com qualidade de vida atrai investimentos, desperta interesse de turistas.
A organização da cidade deve estar na pauta do administrador público, regulando e disciplinando condutas para que toda a coletividade possa auferir melhor dos benefícios do desenvolvimento.

Depois que houve a “descoberta” do turismo no Brasil, algumas cidades começaram a querer vender “árvore que fez sombra a João das Quintas” e tantos outros pretensos produtos que não possuem qualquer atratividade.

Foram tantas boas intenções que acabaram não produzindo o resultado que se poderia ter neste país que tem uma diversidade incrível, seja no seu próprio povo seja nas belezas naturais ou artificiais.

Eis então que agora 12 cidades foram escolhidas para sediar a Copa do Mundo de 2014 e o Rio de Janeiro para acolher a Olimpíada de 2016, obras pipocam por todo lado.

O Brasil está se tornando um canteiro de obras. Houve uma grande contribuição do governo Lula para que o Brasil fosse escolhido, desde a estabilidade econômica, política e pessoal do então Chefe de Estado.

A Presidenta Dilma Roussef tem a missão de realizar a tarefa mais gratificante e por isso mesmo a mais difícil: preparar o país e receber “nossos convidados”.

Ninguém tenha dúvida que as obras serão feitas e que o Brasil atenderá todos os requisitos exigidos.

O turismo terá um impulso fenomenal.

Mas, eu ainda não percebo nos governantes a preocupação com a qualidade de vida da população local.

Os eventos são poucos dias.

Impulsionam, mas será a qualidade de vida que irá fazer as pessoas alongarem suas estadias, retornaram e, principalmente, indicarem para outras pessoas uma visita.

Estou tentando dizer que, estando deixando de lado os maiores interessados nos próprios eventos, no turismo, no desenvolvimento como um todo, qual seja, a população local, grande parte alheia ainda, sem ter uma noção exata do que será e de como estes eventos de turismo esportivo podem influenciar melhorias na sua qualidade de vida.

Hilda Suzana Veiga Settineri

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