segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Atropelamento de ciclistas em Porto Alegre: "Houve uma ação e uma reação", diz delegado

Por DiAfonso [editor-geral do Terra Brasilis]

O delegado da Divisão de Crimes de Trânsito da Polícia Civil, Gilberto Almeida Montenegro, precisa ser avisado de que a lei da física [a menos em sentido metafórico] não deve se aplicar ao atropelamento - ao que tudo indica proposital - de ciclistas que integravam o grupo Massa Crítica. 

O delegado, ao sugerir que o condutor do veículo teria o direito de ir e vir, expõe um raciocínio no mínimo estapafúrdio: se o causador do acidente teve o seu direito de trafegar pela via cerceado, nada mais natural do que ele reagir atropelando pessoas. 

A reação do motorista, insinuada pelo delegado [leia matéria abaixo e veja vídeo], está muito mais próxima de tentativa de homicídio. Por esse viés, o delegado não faz outra coisa a não ser apologia ao crime, devendo, assim, ser chamado às falas por seus superiores. 

Vale dizer ainda que, embora o grupo de ciclistas possa ter cometido uma falha estratégica ao não informar as autoridades responsáveis  sobre a realização do passeio, eles estavam promovendo um evento educativo.

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O advogado de defesa do motorista que atropelou um grupo de ciclistas em Porto Alegre na noite de sexta-feira apresentará seu cliente à polícia na manhã desta segunda-feira (28). O defensor procurou o responsável pela Divisão de Crimes de Trânsito da Polícia Civil, na capital gaúcha, delegado Gilberto Almeida Montenegro, comunicando a decisão.

O proprietário do Golf preto que acelerou sobre cerca de doze ciclistas já foi identificado e era ele mesmo quem dirigia o veículo no momento do incidente. "Houve uma ação e uma reação. Amanhã ouvirei a outra parte. Então verificaremos o que houve e se foi culposo ou doloso", afirmou Montenegro.

O delegado sugere que houve excessos das duas partes envolvidas, ou seja, dos ciclistas e do motorista. "O grupo deveria ter comunicado a EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação) e a Brigada Militar (BM, a Polícia Militar gaúcha) sobre o passeio. Um para coordenar o trânsito e permitir o amplo direito de ir e vir, o outro para segurança", disse o delegado.



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