domingo, 20 de fevereiro de 2011

O ensurdecedor silêncio dos seletivos


Tomada inicial: Barack Obama ao telefone tentando sensibilizar chefes de estado dos países que compõem o conselho de segurança a não apoiar resolução do próprio conselho condenando a expansão dos assentamentos israelenses nos territórios ocupados.
Corta para a tomada seguinte: O representante dos EUA no Conselho de Segurança quebra a unanimidade para a aprovação da resolução e usa o poder de veto, que lhe é garantido por regras esdrúxulas, para barrar a vontade da maioria.
Tomada de flashback com efeitos especiais de imagem nublada: personagem abre jornais no dia seguinte ao Brasil se abster em resolução americana para punir o Irã pelos mesmos critérios furados que foram usados como argumento para invadir o iraque, e se depara com ataques raivosos por parte de analistas de política internacional e editoriais contra a diplomacia brasileira, sugerindo que a decisão iria deixar o país isolado no cenário internacional.
Tomada volta para os tempos atuais: Personagem volta a abrir os jornais no dia seguinte à última votação do Conselho de Segurança esperando encontrar coerência suficiente nos analistas de política internacional para criticar da mesma forma a decisão americana e só encontra informações protocolares pelo episódio. Analistas se calam de vergonha.
O final desse filme você já conhece, e o personagem termina frustrado de ter perdido tempo com a seletividade dessa gente incoerente que não respeita a inteligência dos seus leitores. Infelizmente esse é um daqueles filmes que são repetidos diariamente e que ninguém aguenta mais. Virou “modus operandis” de determinados jornalistas.
É sui generis que os principais veículos de comunicação do país tenham colocado judeus para comentar sobre política externa (Gutterman, Feuerwerker, etc..). Não que eu tenha algo contra a religião, sou isento de preconceitos independente do alvo, mas com a fidelidade cega que eles nutrem pelo sionismo seria impossível ver um desses analistas atacando uma decisão israelense ou americana beneficiando Israel, revelando, portanto, que os jornais que os empregam jamais vão ter uma opinião honesta para apresentar sobre esse assunto.
Determinadas atitudes silenciosas às vezes fazem mais barulho do que a grita unanime de todos os veículos de imprensa juntos. Em tempo de cada vez maior força da internet, comprovada nas últimas eleições, é inútil ignorar fatos acreditando que ainda seja possível escondê-los, isso apenas fragiliza quem tenta esconder. Até quando os leitores desses veículos ainda vão continuar se deixando enganar?
Fonte da imagem http://www.juniao.com.br/weblog/ Cartunista: Junião

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