sábado, 19 de fevereiro de 2011

PT declara que aliança com PSDB em Minas está rompida

O PT não era para ter feito aliança com Aécio Neves.Aécio Neves é um aproveitador safado, assim como era o avô.Com o fim dessa aliança espúria, arquitetada desastrosamente por Fernando Pimentel, o PT só tem a ganhar.

Denise Motta, iG

PT e PSDB estão em pé de guerra em Minas Gerais. Em reunião hoje na capital federal, deputados do PT de Minas avançaram na queda-de-braço entre as duas legendas. De acordo com o deputado estadual Rogério Correia (PT), o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, presente no encontro, posicionou-se firmemente contra uma eventual aliança entre petistas e tucanos nas eleições municipais de 2012. Na última eleição, o então prefeito Fernando Pimentel (PT) aliou-se ao então governador Aécio Neves (PSDB) para eleger Márcio Lacerda (PSB) prefeito da capital.

“O José Eduardo Dutra foi muito claro e disse que a aliança com o PSDB em Belo Horizonte está sepultada. O acirramento da campanha presidencial inviabilizou qualquer aliança”, afirma Correia. Ele também disse que a decisão do senador Aécio Neves de processar o deputado federal e secretário Nacional de Comunicação do PT, André Vargas, como revelou o iG, piorou a situação. Para os petistas, isso a demonstra a atitude do tucano de entrar em atrito com a presidenta Dilma Rousseff (PT). “Ele fez isso porque quer ser porta-voz da oposição”, avalia.

Recentemente Pimentel, hoje ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, fez um mea-culpa alegando que a aliança entre PT e PSDB foi uma situação atípica e não deve se repetir. O prefeito Lacerda se nega a comentar publicamente o assunto, sob alegação de que evita estremecer relações político-administrativas e prejudicar a população. “A posição do PSB e do prefeito é de não debater a sucessão agora”, argumenta Lacerda.

Um outro ponto que promete esquentar a briga entre PT e PSDB em Minas é o protocolo de um projeto de lei para determinar um salário mínimo regional em Minas, no valor de R$ 600. “Apresentamos a proposta do bloco ´Minas Sem Censura´, que engloba a iniciativa privada e os servidores públicos. A Constituição permite o salário mínimo regional. Já temos salários regionais no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. Minas está atrasada em relação à realidade nacional”, argumenta o petista. O bloco de oposição conta com 23 dos 77 deputados da Casa Legislativa.

O líder de governo na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado estadual Luiz Humberto (PSDB), considera a iniciativa de estabelecer um mínimo regional de R$ 600 “ridícula”. De acordo com ele, é um contrassenso o PT defender um mínimo de R$ 600 em Minas e não ter lutado por este valor na Câmara dos Deputados. “Estranhamos essa luta do bloco de oposição porque o PT não lutou por isso na Câmara dos Deputados. Um salário de R$ 600 iria gerar desemprego porque as empresas mineiras perderiam competitividade. Querem isso para Minas por causa de uma rixa política, só para fazer barulho. Querem aparecer. Isso é ridículo”, atacou o tucano.

Questionado a respeito da inviabilidade de PT e PSDB se unirem na sucessão de Lacerda, Humberto disse que ainda é cedo para comentar o assunto. “Precisamos sentir como será o relacionamento entre governo de Minas e o governo da presidenta Dilma”, alega.

O bloco “Minas Sem Censura” quer a presença da secretária de Planejamento e Gestão de Minas, Renata Vilhena, na Assembleia, para explicar as leis delegadas, que permitiram, por exemplo, a criação de mil cargos comissionados. As leis foram editadas pelo governador Antonio Anastasia (PSDB) no mês passado.

Por outro lado, o líder do governo em Minas também demonstrou ter cartas na manga para alfinetar o bloco de oposição em Minas. Ele acusou o governo federal de não repassar ao Estado recursos do Ministério da Saúde para o combate à dengue. “O secretário de Saúde é esperado na Assembleia para tentar explicar o que aconteceu. Nos dois mandatos de Aécio o governo federal foi parceiro. Os primeiros sinais demonstram que o governo federal excluiu Minas Gerais.”

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