Por DiAfonso*
Recentes telegramas vazados pelo WikiLeaks dão conta de que a diplomacia americana tratava a política brasileira com adjetivos e expressões adjetivantes cujo teor é o menosprezo pelas iniciativas do Brasil no conturbado Oriente Médio.
Nenhuma surpresa nas mensagens da embaixada estadunidense. Estranho seria se eles aplaudissem as investidas brasileiras ou de qualquer outra nação para trazer paz à região. Região que tem em Israel, sobretudo, um elemento desagregador e geratriz de instabilidade e conflitos sempre crescentes.
Mas o que mais chama atenção nestes últimos telegramas são duas informações: a primeira envolvendo o atual chanceler Antonio Patriota [à época, chefe de gabinete de Celso Amorim]; e a segunda tem como personagem principal o rabino Henry Sobel.
Fonte: Google Imagens |
Conforme o documento "wikileakiano", a embaixada estadunidense pedira para que o Brasil discutisse suas iniciativas para o Oriente Médio com os EUA. A resposta dada por Patriota nao poderia ter sido mais altiva e independente [é essa altivez e essa independência - marcas da política externa brasileira iniciada no governo Lula - que tantas críticas têm recebido de setores nacionais subservientes às ordens de Washington]. Eis o que teria respondido Antonio Patriota:
O Brasil "não precisa de permissão dos EUA" para conduzir sua política externa.
Fonte: UOL |
A outra informação constante no documento e relacionada a Sobel é tão grave quanto a tentativa de ingerência dos EUA nas decisões soberanas do Brasil. O rabino, em reunião com o embaixador estadunidense, declarara que o presidente Lula era antissemita. Certamente, Sobel fez valer o mote de que quem não está com Israel é antissemita. Para Henry Sobel, as barbaridades cometidas por Israel com o apoio dos EUA [Até quando? Atentemos para personagens que antes eram "alimentados" pelos EUA e seus interesses e, ao sabor do momento político-econômico, viram-se jogados aos leões: Saddan é um exemplo clássico... E, agora, ainda que incipiente... Mubarak] devem ser incondicionalmente aplaudidas.
Ao ter dito isso, o rabino Sobel parece ter tentado jogar Lula contra os ianques por interesses óbvios. O que é lastimável e grave, porquanto marca o chefe de uma nação como preconceituoso, coisa que todos sabem ser de remotíssima probabilidade.
Resguardados os valores morais do rabino Henry Sobel, resta saber com que gravata ele estaria no encontro com o embaixador estadunidense e qual a origem de tal peça de vestuário. Teria sido "comprada" na Flórida?
[Com informações da Folha.com]
[Com informações da Folha.com]
*DiAfonso [editor-geral do Terra Brasilis, do Terra Brasilis Educacional e do Spiritus, além de coeditar o Blog da Dilma e o Ponto & Contraponto]
2 comentários:
Refrescando a memória: Sobel é aquele sujeito que ficou preso nos EUA por roubar gravatas numa loja.
Olá Jean Sena!
Exatamente. No texto, há uma referência implícita a este episódio no qual esteve envolvido o rabino Sobel.
Abs e obrigado pelo comentário.
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