segunda-feira, 14 de março de 2011

Dia Nacional da Poesia [Que viva o dizer que não se esgota... Nunca...!]


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DESMANTELO AZUL

Então pintei de azul os meus sapatos 
por não poder de azul pintar as ruas
depois vesti meus gestos insensatos 
e colori as minhas mãos e as tuas

Para extinguir de nós o azul ausente
e aprisionar o azul nas coisas gratas
Enfim, nós derramamos simplesmente
azul sobre os vestidos e as gravatas

E afogados em nós nem nos lembramos
que no excesso que havia em nosso espaço
pudesse haver de azul também cansaço

E perdidos no azul nos contemplamos
e vimos que entre nós nascia um sul
vertiginosamente azul: azul.

[Carlos Pena Filho]

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Interiores 

 
Temos em nosso interior, desvãos...
Como gavetas,
Como sinais,
Como lembranças.,
Como senões...

[Paulo da Vida Athos]

 PAULO DA VIDA ATHOS


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Natal? (o anti-kitsch)

 
 
As mais belas mentiras habitam aqui.
Nessa selva armada de concreto e cal.
 
Jogos de artifício.
Luzes de ilusão.
Magos mercadores,
Presti/digitação.
 
Verdes ruas doiradas,
feérica vermelhidão!
 
Nevascas fabricadas
com papel crepom,
Estrelas cintilantes
de processador,
e o excessivo choque
de imagem e de som.
 
As mais belas mentiras habitam aqui,
Nessa selva armada de concreto e cal.
Brindemos à ilusão
na egolatria geral...

 
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Caosagonia: Um Acorde Com Ninguém

 

 
 
Meu cansaço esfacela-se sem nome
E eu esbravejo matilhas ofegantes, espumando
Pela Caça Fugidia que desliza espectral
Dos ombros inefáveis de Deus.

Meu cansaço esfacela-se sem nome
E eu estremeço legiões de demônios, temendo
Pelo Tudo Distante que emerge seminal
Dos ombros inomináveis de Deus.

Meu cansaço esfacela-se sem nome
E eu enlouqueço nômades errantes, viajando
Para Lugar-Nenhum que habita abismal
Os ombros intransponíveis de Deus.

Meu cansaço esfacela-se sem nome
E eu...
Que esbravejo por esta Caça,
Que estremeço por este Tudo,
Que enlouqueço por este Lugar-Nenhum,
Busco desbravar o labiríntico
Dessas sendas sem nomes:
Golpes golfando impotência
Diante dos ombros absurdos de Deus.
 
 
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Teu Abraço...

 

 
Feito brisa, teu abraço
Feito brasa, teu abrir-se

Com a tristeza dos que
Esgotam o ocaso em
Silêncio abismal,
Vislumbro a saudade
E, em seu bojo, a solidão...
E, em seu ventre, a configuração
De clamores inauditos,
Contorcendo-se em agônica espiral:
Plasticidade indelével...

Feito brisa, teu abraço
Feito brasa, teu abrir-se...
 

Um comentário:

Palacios disse...

Óla, parabéns pelo blog já sou mais um seguidor.
Gostaria de poder contar com sua presença em www.arenafama.com é um blog onde divulgos shows musicais pelo Brasil (e algumas fofocas).

Abração

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