quinta-feira, 17 de março de 2011

Eles estão por aí!

Luiz Antonio Franke Settineri - SAROBA [editor do Terra Brasilis]

Aconteceu no domingo e desde lá penso em escrever.

Estava saindo de Pelotas, onde tinha ido para levar meu enteado a uma prova do TRT, me preparando para uma longa viagem à Tapes, onde me encontro nestes dias. Parei numa casa de doces - famosos doces de Pelotas que detonam qualquer regime - quando peço licença à GUERRILHEIRA e seu filho para pitar meu cigarrinho no lado de fora.

GUERRILHEIRA & Gustavo - meus companheiros de viagem

Aceso o "pito" vejo um senhor, pouco mais velho que eu, ao lado de uma potente moto e, para quebrar a monotonia, fiz a pergunta se ele sabia de algum caminho mais curto para meu destino - a rodovia Br 116 estava bloqueada em dois pontos, entre Turuçu e São Lourenço do Sul, devido às fortes chuvas que ocorreram, inclusive causando vítimas fatais e um enorme número de desabrigados - ao que me respondeu que a estrada da Dilma estava fora de serviço e era um horror ter um governo que nos fizesse percorrer um caminho tão longo para chegarmos aos nossos destinos - ele tinha vindo de Porto Alegre e gastara 4 horas nisso, pois tinha que ir a um evento no Uruguai, na casa do Mercosul. Que não havia outro caminho para mim, a não ser voltar a Porto Alegre e daí seguir a Tapes (o que dobraria meu trajeto normal).


 
Lembrei ao motoqueiro que era realmente um horror, principalmente por ser uma rodovia privatizada pelo (des) governo Britto e que pela fortuna que nos cobra de pedágios, deveria já ter sido consertada no mesmo dia, ao que me aparteia dizendo eu ser Dilmista.

(Não, não tirei foto, não perguntei o nome)

E diz mais, que ele seria funcionário público ligado à segurança e/ou exército (não confirmei qual) e que não se conformava com nossa presidenta ao mesmo tempo que dizia que a liberdade de expressão era um direito de todos.

Concordei com ele, neste preceito que acho imprescindível - mesmo pensando no íntimo quantas liberdades que o grupo, que ele me parecia pertencer, haviam suprimido por décadas ao nosso povo.

Agora contente por não ter a GUERRILHEIRA ao meu lado, pois a mesma - como ela mesmo admitiu mais tarde - teria teria ficado indignada e "pulado no pescoço dele" visto ela ter tantos conhecimentos sobre os desatinos e truculências praticadas contra nosso povo, inclusive contra nossa Dilma.

Lembrei a ele que, enquanto cidadão, ele tinha o direito à estas liberdades, mas enquanto profissional - que inclusive tinha dito que ao "chefe dele" ele tinha obediência pois não pertencia ao mesmo tipo de gente - lembrei-o que nossa Dilma era sua "Comandante em Chefe", sendo o conceito de obediência devida uma obrigatoriedade.

O senhor então veio, ao ver-se encurralado, dizer que quem tinha pedagiado a estrada tinha sido o Tarso - nosso governador recém empossado - coloquei os pontos nos iis e, aproveitando a saída da GUERRILHEIRA e seu filho e com medo da conversa continuar por aqueles rumos causando a reação que temia da minha companheira, entrei no carro, acenei uma despedida e nos dirigimos para nosso destino.

Comentei com meus acompanhantes o ocorrido e, ao mesmo tempo que dissuadia a GUERRILHEIRA de voltarmos para que ela chamasse às falas o direitista, fiquei pensando na questão tão discutida na blogosfera que é a existência destes personagens, mais cegos que qualquer um, que muitos acham extintos.

 
Ah, a título de informe digo que não precisei fazer o caminho que ele tinha indicado, pouco antes de Encruzilhada do Sul dobrei em direção a Dom Feliciano de onde fui para Camaquã e dali foi um pulo até minha casa - 120 Km a menos que pelas orientações do distinto!

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