quarta-feira, 16 de março de 2011

Estranhas lógicas ou estratégias dissimuladas?

ESTRANHO


Algumas lógicas da atividade empresarial devem estar atormentando muitas pessoas em Cuiabá e no Estado de Mato Grosso.

Ninguém é tão “bonzinho” de comprar algo irrecuperável, nem estaria disposto a realizar gratuitamente aquilo que o Estado arrecadou para fazer e não fez.

É preciso compreender estranhos movimentos que, embora não usem esse termo, pretendem efetivamente terceirizar a saúde.

Fico me perguntando de onde sairão essas Organizações Sociais tão briosas e competentes capazes de resolver o problema que ai está?

Talvez, não seja má idéia dar seu cargo para um destes, afinal são capazes de gestar algo que, pelo que estou a entender, não quer fazer ou não sabe como fazer.

É preciso que se diga, não há nenhuma segurança de que essa intentada aventura de privatizar através de organizações sociais dê certo.

Seria interessante que essas organizações sociais passassem a construir hospitais, farmácias, laboratórios, etc.

e viessem a somar com o que o Estado atualmente é capaz.



Essa adição de serviços reduziria a demanda e permitiria que o Estado gerisse melhor e pudesse também oferecer a qualidade no atendimento que ainda não se mostrou competente.

Imagine, na sua cidade ou região mais um hospital construído e mantido com recursos de empresas socialmente responsáveis cujos recursos captados por organizações sociais oferecem gratuitamente o atendimento tão necessário?

Não sonhe com isso.

O que eles querem é dividir para desmobilizar algo que começam a perceber que é a conscientização e capacidade de mobilização de categorias e que através dela passam a sensibilizar a sociedade, mostrando a realidade do atendimento, os valores que estão envolvidos e outros temas que nem o Estado, nem a Secretaria de Saúde tem o interesse de tornar transparente a todos cidadãos.

O temor é que outras categorias do serviço público tão duramente criticadas passem também a se organizar e mostrar a todos como e porque a qualidade do serviço não é a ideal.

Assim, é preciso desarticular esse movimento que tende a ser um insuflador de ventos capazes de promover as transformações que a sociedade tão reclama.

Hilda Suzana Veiga Settineri

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