domingo, 10 de abril de 2011

Paulo Betti e o repórter Humberto Pellegrini Maya, da Época

Por Adamastor

Paulo Betti responde à revista de esgoto "Época"

Quanto vale a honra de um homem?

A REVISTA ÉPOCA INSINUA QUE A MINHA VALE 255 MIL REAIS, MAS VOU SEGUINDO COM AS MINHAS “CAUSAS”

Paulo Betti

Amigos, a revista Época insinua que a minha vale 255 mil reais. Coloca minha foto como beneficiário do esquema do “mensalão” e diz que eu recebi esse dinheiro. Na matéria só me é concedido o direito de dizer que “ele diz que o dinheiro foi usado para atividades de um patrocínio cultural”.

O leitor desavisado da revista vai concluir que estou envolvido num esquema sujo, juntamente com a instituição, Casa da Gávea, que eu presido.Vamos aos fatos: o repórter Humberto Pellegrini Maya me passa um e-mail na sexta feira e diz que precisa de respostas minhas para uma matéria sobre o “mensalão”.

Ligo imediatamente para ele e passo as respostas. Pelo teor das perguntas percebo as intenções: “O senhor prestou serviços para o PT nas eleições”?

Respondo que toda vez que apareci em campanhas eleitorais jamais estava prestando um serviço, mas, sim, expressando minhas convicções e nunca, obviamente, recebi um tostão por isso.

Sou contratado pela Rede Globo há mais de vinte anos, recebo bem e mesmo que precisasse de dinheiro, jamais venderia aquilo que tenho de mais precioso.

Em seguida enumerei para o repórter o que foi feito com o dinheiro do patrocínio cultural que a Casa da Gávea recebeu do Banco do Brasil para a realização de projetos culturais em 2004, repito aqui pois nada foi publicado:10 oficinas entre elas: Interpretação com Paulo Giardini, Criação Literária com Virgínia Cavalcanti, Roteiro com Luis Carlos Maciel, Teatro para Jovens com Carlos Thiré e Luisa Thiré e Oficina de Locução com Ruy Jobim.

As oficinas aconteceram em 2 módulos de 2 meses cada uma.No Som na Casa, apresentação de 42 bandas entre elas:- "Pedro Luís e a Parede", "4 Cabeça", "Toni Platão", "Berna e Kassin", "Claudio Lins", "Domenico + 2", "Las Chicas", "Chicas", "B Negão " Tatiana Dauster, João Suplicy, Lan Lan e os Elaines, Baia, Urubu Sertão, Marya Bravo,Gabriel Moura, Bangalafumenga, Rogê, Zéu Britto, Donatinho, Mariana de Moraes, Nina Becker, Rubinho Jacobina e Força Bruta.

Rio e também posso chorar,esse projeto junta jovens comediantes com veteranos para apresentação e debate com troca de experiências.Entre outros se apresentaram: Chico Anísio, Jorge Loredo ( O Zé Bonitinho), Berta Loran, José de Vasconcelos, Duda Ribeiro, Leandro Hassum ,Marcius Melhem, Lucio Mauro ,Lucio Mauro Filho, Agildo Ribeiro,Paulo Silvino, Luis Miranda, Aloisio de Abreu, Luiz Salém, Fernando Ceilão, Nelson Freitas, Maria das Graças, Marcio Libar, David Pinheiro, Mu Chebabi, Luiz Carlos Tourinho.

Os shows e cursos tiveram grande sucesso e foram amplamente divulgados pela imprensa. Todos os artistas receberam cachets simbólicos, evidentemente, devido ao caráter do projeto. Eu não recebi um centavo.Nada disso aparece na matéria da Época, apenas minha foto, meu nome e o da Casa da Gávea, e a insinuação que levei 255 mil de um suposto esquema corrupto.

A Casa da Gávea está completando seus vinte anos.Alguns amigos brincam comigo sobre a “insanidade” de manter um projeto cultural sem fins lucrativos. O tempo que dedico a instituição etc. Chegam, brincando, a dizer “Causa da Gávea”.

Qualquer um que entenda o mínimo de atividade cultural sabe as dificuldades de manter um Centro Cultural.Estou o tempo todo correndo atrás de patrocínios, em detrimento inclusive de meus projetos artísticos pessoais.

Mas não vou esmorecer, quero afirmar aos nossos parceiros: Sesc Rio,Ibase, PUC-Rio, Unicamp, Artepensamento, Ediouro, Quilombinho, entre tantos outros, bem como aos sócios fundadores da Casa da Gávea: José Wilker, Eliane Giardini, Antonio Grassi, Cristina Pereira, Rafael Ponzi, Vera Fajardo, Miriam Brum, Márcia Dias e Guilherme Abrahão, que nossas portas estão abertas depois de uma suada reforma e que continuamos com nosso propósitos de difundir a arte e a cultura.

Como disse um grande escritor “Fazemos o que podemos, damos o que temos, nossa duvida é nossa paixão e nossa paixão é nosso dever, o resto é a loucura da arte.”Para a revista Época nada disso conta, apenas o propósito de colocar uma foto de um “ator global” para apimentar um pouco a matéria.

Escrevo para tentar minimizar os prejuízos morais e a dor que me causou ser citado nessas circunstancias. Parto hoje para um curso de 40 horas em Cabo Verde. Na próxima semana estréio a peça “Deus da Carnificina” em São Paulo.

Vou seguindo com minhas “causas”.

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