Foi notícia em todo o país e no mundo. Um ato insano cercado de mistério e injustiças. Nessa quinta-feira (07/04), doze crianças morreram baleadas numa escola municipal do Rio de Janeiro, vítimas de um atirador descontrolado. O caso teve uma repercussão gigantesca e provocou uma onda de comoção nas pessoas. Muito se foi discutido, mas até agora ninguém sabe o que motivou esse criminoso a matar essas crianças, em especial.
O debate em torno do caso nos traz algumas possibilidades de assuntos a serem pautados, como a questão da saúde mental e do bullying. Infelizmente, as pessoas quando se deparam com o tema saúde mental logo pensam em doença, e não em saúde. Passa uma série de enfermidades, como demência, mania, psicose, depressão, ansiedade, enfim...o que é necessário pontuar que saúde não é sinônimo de doença. Saúde é bem estar e doença é outra coisa que não tem nada a ver com essa proposta. Mas uma coisa é certa: é preciso cuidar da saúde para se prevenir das doenças.
E quando falamos em saúde mental a ideia é focalizar uma mente livre e saudável capaz de responder aos estímulos do dia-dia, propondo ações que nos permite sentir bem no nosso ambiente e consigo mesmo. Pelo o que se viu nos noticiários, o atirador não estava nada bem. Vinha de uma onda de isolamento social e um passado de bullying que deixaram cicatrizes expostas na alma dele. O fanatismo religioso exposto na carta de despedida já é uma prova deste descompasso.
Em contrapartida, o que será da saúde mental dessas crianças e funcionários da escola que passaram por uma experiência tão traumática? Espero que a secretaria de saúde do Rio fique atenta a essa abordagem como se mostrou atenta e presente no dia do ocorrido. Pelo que já li sobre o tema, acredito que o ideal é propor uma terapia aos alunos e um trabalho psicopedagógico para a promoção de um ambiente escolar de paz. Só quero ver...
Outro atenuante desse trágico caso de Realengo que merece ser discutido é a questão do bullying e os efeitos que isso pode causar a curto e longo prazo na vida de uma pessoa. Há um pouco mais de 15 anos atrás não se falava em bullyng nas escolas. O caso era tratado como “crianças bagunceiras” que perseguem “crianças tímidas”.
O tímido era incentivado o tempo todo a reagir da mesma agressividade, enquanto o agressor nunca era punido. Todo mundo que era visto como “diferente” virava motivo de piada, recebia agressões e ganhava apelidos nada agradáveis. Os professores faziam vista grossa e os alunos que sofriam bullyng se escondiam detrás do medo. Hoje, alguns educadores estão mais atentos. Porém, é difícil educar quando boa parte dos jovens não tem sequer respeito por eles mesmos. Educar hoje é um trabalho de construção e perseverança diante de tantas adversidades.
Talvez, se o atirador tivesse recebido uma ajuda no momento certo, o caso poderia ter tomado outro rumo. Será? E a questão da maldade, do ato cruel, como é que fica? Seria a maldade uma patologia mental? Infelizmente, a mente humana nos prega peças. A maldade é assustadora de tal maneira que é impossível calcular o que se passa na cabeça de alguém que entra numa escola para fazer mal às crianças que não tinham nada a ver com o problema dele.
Aliás, isso me faz pensar o que esse atirador passou de bullying nessa escola deva ter sido algo muito forte a ponto dele planejar uma volta tão cruel. Porque matar apenas as meninas? A rejeição foi tão grande assim a ponto de provocar esse surto? Será que a humanidade tem jeito? Sim, tem. Tem que ter! Só de já debatermos o assunto e colocar a cabeça para pensar sobre isso já é algo transformador e que ajuda a colocar uma gota de esperança. Afinal, devemos ser a mudança que queremos ver.
2 comentários:
Recomendo o artigo em:
http://www.cgceducacao.com.br/canal.php?c=4&a=15413
Prof. Marcus Vinicius,
Gratíssimo pela sugestão. O seu excelente artigo já está publicado no Terra Brasiis.
Grande abraço!
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