Saudamos os recordes de consumo, os picos de comercialização de carros, o aquecimento da construção civil, as maiores safras na agricultura.
Tudo muito animador. Nos cadernos de economia transbordam curvas ascendentes de vendas, negócios, lucros.
Pernambuco, especificamente, avança em ritmo “chinês”. Expandir, conquistar, ampliar viraram verbos sinônimo de Brasil.
Todavia, edificação erguida em ritmo vertiginoso, sem terreno preparado para recebê-la, costuma apresentar defeitos rapidamente.
Assemelha-se a uma árvore que se agiganta sobre raízes frágeis. Qualquer vento mais forte, quando não a derruba, compromete sua fisiologia.
Pois é: a equação entre causa e efeito parece óbvia. Menos para o poder público.
Embora ditem regras na economia, os governos costumam ceder a pressões de bancos, construtoras, produtores rurais, indústria automobilística e incentiva a cultura do comprar, do ter, do adquirir.
Tudo muito natural se as condições para que essa elevação do consumo viesse acompanhada do respeito ao meio ambiente e da estrutura física necessária para absorver os impactos negativos do “crescimento”.
Sem esses cuidados, as ruas passam a não comportar os carros, o trânsito trava, o lixo se acumula, as áreas verdes somem, os prédios sufocam as cidades, e as chuvas…
Bom, as chuvas, como bem sabem os pernambucanos, viram tempestades perigosas capazes de matar e provocar perdas incalculáveis, além de boatos e pânico.
Seguimos invertendo a ordem dos fatores e, por isso mesmo, somando prejuízo onde deveria haver lucro (para ficar no economês).
Precisamos urgentemente de um curso intensivo de lógica e de aulas de reforço que esclareçam a diferença entre crescer e desenvolver.
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